O deputado estadual Humberto Aidar (PT) usou o pequeno expediente no Plenário da Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira, 29, para pedir rigor do Ministério Público e das cúpulas partidárias para que os envolvidos na Operação Tarja Preta cumpram penas “rigorosas”, como o próprio denominou.
“Espero, verdadeiramente, que esta Operação tenha sequência e visite outras cidades. Precisamos saber se as pessoas não estão morrendo por falta de medicamentos enquanto a bandidagem rouba os cofres públicos. Eles precisam pagar pelo que fizeram. Isso é inadmissível”, afirmou o deputado.
Além do julgamento jurídico, o petista defendeu ainda a punição política. O deputado disse que apresetará, nos próximos dias, um projeto de resolução que cria, no âmbito da Assembleia Legislativa, um conselho de ética para que o Parlamento tenha instrumentos legais para discutir um processo de cassação de mandato.
“Eu acredito que os envolvidos devem ser expulsos dos seus partidos. Devemos expurgar nossas legendas para que nós, honestos, não sejamos confundidos com essas pessoas de má fé. Não podemos desacreditar todo o ambiente político”, continuou.
Aindar ressaltou que seu intuito não é fazer pré-julgamentos, mas disse não poder concordar com a impunidade. “Não acredito que todos sejam culpados, mão não posso acreditar na inocência generalizada. Não somos ingênuos e precisamos cobrar para que os responsáveis paguem caro pelo que fizeram.”
Em defesa dos prefeitos, o deputado Talles Barreto (PTB), citado pelos investigados na Operação como “parceiro”, se pronunciou pela imparcialidade das investigações. “Mais de 12 prefeitos foram investigados, mas todos falam apenas dos que administram cidades da região do Vale do São Patrício. Eu conheço esses prefeitos, sei da idoneidade de cada um. Eles terão a oportunidade de provar inocência e, se culpados, sei que pagarão pelos seus erros.”
O petebista ressaltou a evolução da região administrada pelos prefeitos investigados e pediu discernimento para evitar injustiças. “A região do Vale do São Patrício nunca evoluiu tanto como no mandato destes prefeitos. Eles ainda vão justificar, não só aos seus eleitores, mas ao Estado de Goiás”, finalizou Talles.
Três dos prefeitos investigados foram apoiados, durante a campanha de 2012, por Talles Barreto e mantinham relacionamento político com o deputado. O prefeito de Perolândia, Neldes Beraldo Costa, é do partido de Humberto Aidar. Eles estão entre os presos durante a Operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual para desarticular organizações criminosas que atuavam na venda ilegal de medicamentos para prefeituras municipais.