Sete homens foram presos por agredir mulheres. De acordo com a titular da Delegacia da Mulher (DEAM), Ana Elisa Gomes Martins, todos são reincidentes. Em alguns casos, os suspeitos já foram por três vezes em flagrante.
De acordo com a delegada, a operação deu início na semana passada, dado a grande quantidade de mandados que chegaram a delegacia no mês de junho e são até agora 15 mandados cumpridos, sendo de oito de busca e apreensão e sete de prisão. Segundo a Ana Elisa, desde o início do ano, 230 homens já foram presos suspeitos de agredir mulheres, em Goiânia. Em 2015, foram 270 prisões e 270 pedidos de protetivas.
“Existem casos de pessoas que já foram presas três vezes em flagrante e aí são agressores de mulheres, entre agressões físicas e psicológicas, no caso ameaças e injúrias e eles reincidem em suas condutas, praticam novamente outros crimes contra suas parceiras e em razão disso, considerando o risco que oferecem tiveram suas prisões decretadas”, afirmou a delegada.
Ana Elisa Gomes afirmou que é preciso que a sociedade, em especial os aplicadores do Direito tenham consciência da necessidade de manter os agressores presos.
“Muitas vezes os julgadores, os aplicadores do Direito não consideram tão grave quanto um crime de furto, roubo, uma agressão praticada contra uma mulher, a gente precisa começar a entender e se sensibilizar com este tipo de conduta, porque não sabemos quando este agressor é solto, a gente tem que ter a consciência que ele vai voltar ao convívio desta vítima muitas vezes, isso pode gerar mais prejuízo como: mais violência, mais tortura psicológica a esta vítima e são destes lares que outros cidadãos são formados e podendo surgir novos agressores”, argumentou a delegada.
Perfil
A titular da DEAM ainda afirmou que no geral as vítimas são mulheres de baixa renda. No entanto, a delegada que a violência a mulher pode ocorrer em qualquer residência independente de classe social.
“Não temos como definir um perfil das vítimas, no geral são mulheres em condições menos favorecidas financeiramente, mas a violência pode estar presente em qualquer lar, então o que vale neste tipo de situação é conscientizar as mulheres que a Lei Maria da Penha funciona, que ela tem aplicabilidade, que a Delegacia da Mulher nunca trabalhou tanto como tem trabalhado nos últimos meses e que vale a pena fazer a denúncia. Fazendo as denúncias, os procedimentos são concluídos, são encaminhados para o judiciário e se o agressor voltar a praticar outros crimes, eles serão presos como estes foram agora no final do mês”, destacou Ana Elisa Gomes Martins.
A delegada afirmou que a Lei Maria da Penha está mais familiarizada as pessoas. Em agosto, a legislação completa 10 anos de idade. Para informar casos de agressões a mulheres ligue no disque denúncia da Polícia Civil, fone 191.
Alemão
Ana Elisa Gomes Martins destacou em especial um caso de um alemão que foi preso durante a operação Maria da Penha. Pela terceira vez ele foi pego por agredir a companheira. A delegada ressalta que o homem é bastante violento.
“A companheira não está mais com ele. Eles se separaram agora no meio do semestre, mas ela ainda tolerou muitas agressões. Ele é um indivíduo violento, ele não respeita nem as autoridades que tem com ele relações oficiais. Ele ofende as delegadas, ele ofende os policiais, chegou a ofender o próprio juiz do Juizado da Mulher, se não tiver nenhum problema psiquiátrico, ele tem mostrado um imenso desrespeito com a organização jurídica brasileira” afirmou.