SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal prendeu 15 pessoas em 11 Estados, nesta terça-feira (22), em uma operação contra a distribuição de pornografia infantil na internet. Segundo a PF, as prisões foram realizadas em flagrante, enquanto agentes cumpriam 61 mandados de busca e apreensão e outros quatro de prisão.
Batizada de “Darknet”, a operação está na segunda fase e se passou, ao todo, em 16 Estados do país. A PF investiga 67 suspeitos de compartilhar conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes na “internet profunda”, também conhecida como “deep web” -espécie de camada (“layer”) da rede com acesso restrito e anônimo.
Os policiais também apreenderam, nesta terça, computadores, discos rígidos, CDs e outros materiais em que, de acordo com eles, estariam armazenados os conteúdos com pornografia infantil.
Segundo a Superintendência da PF no Rio Grande do Sul, responsável pela operação, a polícia ainda antecipou, durante as investigações, o cumprimento de sete ordens judiciais para evitar o possível abuso sexual de crianças.
O Rio de Janeiro, com quatro, foi onde mais pessoas foram presas nesta terça. Foram dois detidos na capital fluminense, outro em Teresópolis e mais um no município de Belford Roxo. Em Santa Catarina, foram duas prisões, em Joinville e Navegantes (a 112 km de Florianópolis).
Pelo menos um suspeito foi preso em cada um dos Estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nenhum nome foi divulgado.
Em Alagoas, no Ceará, no Espírito Santo, no Maranhão e no Rio Grande do Norte, onde também se cumpriam mandados, ninguém foi detido. Cerca de 300 policiais participaram das ações da segunda fase da “Darknet” em todo o país.
PRIMEIRA ETAPA
O início da apuração dos crimes foi ainda em 2013, de acordo com a PF. Um ano depois, em outubro de 2014, 51 pessoas foram presas em 18 estados, durante a primeira fase da operação “Darknet”, suspeitas de compartilhar pornografia infantil. À época, segundo a polícia, os detidos eram todos homens, mas com diversos perfis: havia um militar, um agente penitenciário, um seminarista e empresários. Os nomes deles também não foram divulgados.
A operação “Darknet” foi a primeira investigação, no Brasil, de crimes na “deep web”. Os dados desse tipo de rede só são acessados por meio de softwares específicos. Usuários da “internet profunda” têm as informações pessoais protegidas por meio de criptografia e não é possível descobrir seu endereço de IP.
A Polícia Federal afirmou que desenvolve metodologia de investigação e ferramentas para identificar usuários da “deep web”, desde a primeira fase da operação Darknet, em 2014. Questionada pela reportagem, entretanto, não respondeu como esses meios funcionam.