Mesmo com a previsão de que o verão será um dos mais quentes dos últimos tempos, o país não deverá enfrentar problemas com o abastecimento de energia elétrica, e a bandeira tarifária deverá permanecer verde, pelo menos até o mês de janeiro. A previsão foi feita hoje (19) pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, em entrevista na qual fez um balanço da situação do país do ponto de vista do energético.
Segundo Barata, isso será possível porque os reservatórios fechará o ano em condições melhores do que as do ano passado e porque a oferta de energia aumentou, principalmente no Sul e também na Região Nordeste, com o crescimento da disponibilidade de energia eólica.
“Neste ano estamos terminando a estação seca em condições melhores do que em 2017. Houve aumento da geração [de energia] eólica na Região Nordeste, com ventos excepcionais, aliado ao aumento da oferta de energia das usinas do Rio Madeira. A geração adicional que nós temos em Belo Monte e na bacia do Rio Paraná nos dá conforto para termos um verão sem sobressalto”, disse o diretor do ONS.
Barata lembrou, porém, que a manutenção da bandeira verde (que significa energia mais barata para o consumidor) é uma atribuição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Mas essa conjunção de fatores nos leva a crer que, pelo menos até janeiro, a bandeira tarifária não deverá mudar”.
Nível dos reservatórios
Barata acrescentou que o Brasil terminará o ano com a situação dos reservatórios em melhores condições do que em 2017, principalmente em razão das condições climáticas favoráveis do ponto de vista hidrológico, favorecido pelas chuvas que ocorreram nestes últimos meses e pela previsão de que o país entrará agora em um período chuvoso, com previsão de média de precipitação melhor do que a do ano passado.
Os dados do ONS indicam que os reservatórios do Sudeste fecharão dezembro em 28,4% de sua capacidade, contra 22,5% do ano passado; o Sul com 63%, contra 57%; o Nordeste com 42,4%, contra 12,8%; e o Norte em 41,4% contra 23,3%.
PIB/Energia
Sobre a possibilidade de retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de maneira mais acentuada com o início do novo governo e de melhora das expectativas para a economia, o diretor-geral do ONS disse que o país tem condições de suportar a expansão projetada para os próximos cinco anos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“Nós consideramos uma taxa média de crescimento do PIB de 2,7% até 2023 (2,3% em 2019, 2,7% em 2020, 2,8% em 2021/22 e 2,9% em 2023). E isso acaba proporcionando um crescimento da carga média [de energia] de 3,8% para o período”.
Luiz Barata ressaltou que, mesmo com a possibilidade de crescimento acima das estimativas da EPE, o país tem condições de suportar a expansão econômica em patamares superiores às projeções por, pelo menos, dois anos.
“Se ao invés de 2,2% em 2019 tivermos [um crescimento] 3%, teremos condições de atender. Obviamente, se isso se mantiver até o quinto ano, o meu plano de expansão [da oferta] não será este de 3,8% ao ano; terei que colocar mais usinas em operação, reforçando a expansão da oferta”, afirmou o diretor-geral do ONS.
A demanda por energia no país deverá fechar o ano com expansão de 1,5%, ficando mais ou menos próximo ao fechamento projeto para o crescimento da economia, acrescentou.
Com informações da Agência Brasil