O primeiro-ministro da Armênia, Serzh Sarksyan, disse nesta segunda-feira (23) que vai renunciar ao cargo para ajudar a manter a paz no país. Ele é alvo de uma onda de protestos que começou no último dia 13.
“Na situação atual, há várias soluções, mas eu não escolherei nenhuma delas. Não é meu estilo. Estou renunciando à liderança do país e ao posto de primeiro-ministro da Armênia” disse ele em uma nota na qual comunicou sua saída.
A pressão pela renúncia aumentou quando um grupo de soldados desarmados decidiu se juntar aos manifestantes nesta segunda.
Sarksyan, 63, aliado de Vladimir Putin, foi presidente da Armênia entre 2008 e o início deste mês, mas impedido de disputar um terceiro mandato, apoiou uma mudança na lei que transferiu a maior parte dos poderes para o premiê.
No início de abril, ao deixar a Presidência, ele anunciou que assumiria como primeiro-ministro, na prática se mantendo no comando do país -seu nome foi aprovado pelo Parlamento na última terça (17).
A decisão, porém, não recebeu apoio popular, dando início a uma série de protestos na capital, Ierevan. A maior delas, na terça, levou cerca de 40 mil pessoas às ruas.
No domingo, cerca de 200 pessoas foram detidas por participar da manifestação, entre elas o deputado Nikol Pashinyan, principal líder da oposição. Ele foi solto nesta segunda.
O ex-premiê Karen Karapetyan, antecessor e aliado de Sarksyan, vai assumir interinamente o cargo até que o Parlamento escolha um novo primeiro-ministro em definitivo. Assim como o ex-presidente, ele também é próximo de Moscou, tendo trabalhando por cinco anos como executivo da Gazprom, a estatal russa de gás.
Com 3 milhões de pessoas, a ex-república soviética tem na Rússia seu principal parceiro comercial e político. Desde sua independência, em 1991, o país vive uma disputa fronteiriça com o vizinho Azerbaijão.