Pesquisa mostrou ineficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19 (foto: reprodução)
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou nesta quarta-feira (3) que os testes com a cloroquina e a hidroxicloroquina no tratamento aos doentes com Covid-19 serão retomados pelo grupo responsável.
A decisão ocorre após a análise de um estudo publicado pela revista médico-científica The Lancet. Os testes ficaram suspensos por 10 dias, desde o dia 25 de maio.
“Como vocês sabem, na última semana o Grupo Executivo dos Testes de Solidariedade [nome dado ao grupo de pesquisa que busca medicamentos eficazes contra o SARS-CoV-2] decidiu suspender o ramo de testes com hidroxicloroquina por preocupação no uso da droga. Essa foi uma decisão de precaução. Com base nos dados disponíveis, os membros recomendaram que não há razões para suspender o protocolo de testes”, afirmou Tedros.
Os testes com a hidroxicloroquina serão retomados com 3.500 pacientes em 35 países, informou o diretor-geral. Vários especialistas do mundo inteiro já haviam se manifestado contra a metodologia de mineração de dados usada pela Surgisphere – empresa responsável por coletar números para o estudo.
“A OMS está comprometida em acelerar o desenvolvimento de terapias eficazes, vacinas e diagnósticos [contra a covid-19] como parte do nosso compromisso em servir o mundo com ciência, resolução de problemas e solidariedade”, complementou.
No Brasil, o Ministério da Saúde ampliou há pouco mais de uma semana a permissão para uso de cloroquina, estendendo-a a doentes com sintomas leves. O presidente Jair Bolsonaro é um dos defensores da droga.
Nesta terça-feira (2), os Estados Unidos enviaram ao Brasil 2 milhões de comprimidos de hidroxicloroquina, além de respiradores mecânicos.