A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou pela primeira vez uma lista de bactérias super-resistentes que oferecem perigo à humanidade e cujo combate deve ser priorizado. O órgão vinculado às Nações unidas fez ainda um apelo pelo desenvolvimento de novos antibióticos capazes de tratá-las.
Estima-se que cerca de 700 mil pessoas morram todos os anos em decorrência de infecções por bactérias resistentes a medicamentos. Um problema que se agrava com o uso indiscriminado de antibióticos e pela pouca disposição da indústria farmacêutica em desenvolver novas drogas do tipo -consideradas pouco lucrativas em comparação a outras classes de remédios.
“A resistência aos antibióticos está crescendo e nós estamos rapidamente ficando sem opções de tratamento. Se nós deixarmos a cargo apenas das forças do mercado, os novos e mais urgentes antibióticos não serão desenvolvidos a tempo”, afirmou Marie-Paule Kieny, diretora-geral-assistente para Sistema de Saúde e Inovação da OMS.
Além de chamar a atenção para o problema, a lista da OMS, criada por um painel de especialistas, pretende orientar políticas públicas e de pesquisa e desenvolvimento.
A OMS apresentou nesta segunda-feira 12 famílias de bactérias consideradas especialmente perigosas. Sendo que três delas foram classificadas como “críticas” – Acinetobacter, Pseudomonas várias Enterobacteriaceae.
Neste grupo estão as principais causadoras de infecções hospitalares, responsáveis por problemas problemas muitas vezes fatais, como infecções na corrente sanguínea e pneumonias.
Essas bactérias tornaram-se resistentes até aos antibióticos mais modernos.
A Organização Mundial da Saúde alerta que, se não forem tomadas medidas para combater o problema, infecções hoje corriqueiras podem voltar a serem fatais.
A OMS listou ainda duas outras categorias: de alta e de média prioridade, com bactérias causadoras de doenças mais comuns, mas que também tem se tornado progressivamente mais resistentes, como a gonorreia e as intoxicações alimentares.
A questão das superbactérias tem se agravado tão progressivamente que, em setembro de 2016, ela chegou aos chefes de Estado na Assembleia Geral da ONU, quando os líderes mundiais tiveram pela primeira vez uma reunião sobre o tema.
Na próxima semana, especialistas de países do G20 vão se reunir em Berlim, na Alemanha, também para discutir o assunto. (Folhapress)