A menos de 24 horas do fim do mandato do atual presidente Michel Martelly e sem um sucessor eleito para assumir o cargo, a missão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Haiti anunciou hoje (6) um acordo para formação de um governo de transição no país.
Após uma série de protestos da população, o segundo turno das eleições presidenciais foi adiado mais de uma vez. Os haitianos suspeitam de fraude no processo eleitoral para beneficiar o candidato do governo, Jovenel Moise.
Em comunicado, a OEA informou que, ontem (5) à noite, Martelly firmou um acordo com o presidente do Senado e com o vice-presidente da Assembleia Nacional. A cerimônia oficial de assinatura do documento ocorrerá neste sábado.
Segundo a OEA, Martelly afirmou que vai manter seu compromisso de deixar o cargo amanhã (7).
“Pelos termos do acordo, o parlamento elegerá um presidente interino por um período de 120 dias e confirmará um primeiro-ministro por consenso. O segundo turno ocorrerá no dia 24 de abril e o novo presidente tomará posse em 14 de maio”, informou a OEA.
O chefe da missão especial, embaixador Ronald Sanders, disse que a situação do Haiti é “excepcional” e requer soluções “excepcionais”.
“Estamos felizes em ver que as partes interessadas se comprometeram com a democracia, a paz e a estabilidade em meio a um vazio constitucional criado pela ausência de uma presidente eleito em substituição ao atual presidente Martelly”, concluiu Ronald Sanders.