O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) afirmou ontem, em entrevista ao Jornal da Record, que o País precisa de lideranças com a capacidade de debater ideias e convergir e que governar é uma ação coletiva. “O verdadeiro líder é aquele que sabe dialogar e aglutinar, de convergir, de tomar as decisões ouvindo a todos. A visão de que o governante toma sozinho as decisões, de que ele as impõe e os demais obedecem está superada”, disse Marconi durante o quadro Goiás, o futuro é agora, roda de entrevistas promovida pelos apresentadores da Record Goiás.
Pré-candidato ao Senado, Marconi respondeu às perguntas dos jornalistas e telespectadores sobre diferentes temas, como saúde, educação, segurança e sucessão presidencial. O ex-governador disse que o aumento dos investimentos nas áreas essenciais passa pela redução dos custos com máquina pública e afirmou que, caso eleito senador, vai apresentar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) para reduzir o número de senadores de 81 para 54.
“Se eu for eleito senador, vou apresentar uma PEC para reduzir em um terço o número de senadores. Com o recurso que sobrar, podemos ampliar, por exemplo, os investimentos públicos em Segurança”, afirmou. “Temos no Brasil a cultura da cadeia. Em vez de ter a cultura de fechar as fronteiras, que é por onde entram armas e drogas. Sozinhos, os Estados não conseguem acabar com o crime”, observou.
“No ano passado, investimos R$ 3,4 bilhões em Segurança, em Goiás. O nosso governo fez sua parte. A União, por sua parte, investiu R$ 150 milhões”, disse o ex-governador. “A polícia age duramente. Falta cofinanciamento federal, se eu for senador quero que estas questões sejam mudadas”, disse o ex-governador, que defendeu a participação direta da União nos investimentos em Segurança Pública, atualmente exclusivamente a cargo dos Estados e municípios.
Sobre a saúde, Marconi citou a revolução no atendimento com a adoção, em seus governos, da gestão compartilhada com Organizações Sociais (OS). “Quem critica OS é porque não conhece e não sabe nada de Saúde. Se tivéssemos OS nos Cais e na rede básica a insatisfação não seria tamanha. Acho que a melhor coisa que o ex-governador Mário Covas foi instituir o modelo em São Paulo. E copiar o que deu certo não é feio”, afirmou. Acompanhe, abaixo, os outros assuntos abordados por Marconi na entrevista:
SIMVE
“Foi uma boa ideia. Trouxemos jovens que tinham ficado cinco, seis anos no Exército e estavam na rua. Dei oportunidade, trouxe esses jovens para trabalhar. Tínhamos a seguinte opção: os policiais daquela época queriam aumento. E nós precisávamos de mais gente. Como tem o estágio probatório, tínhamos o problema do tempo. Foi então que decidimos fazer contratos de três anos para policiais de início de carreira. Eles entram com a certeza de que haverá promoções e chegará a um alto salário.”
KAJURU
Não houve uma nova conversa entre nós. Há algumas semanas, eu fui à CEI da Saúde na Câmara Municipal e ele me tratou respeitosamente porque eu respondi a tudo que fui perguntado. E olha que eu nem precisava ter ido, porque não sou prefeito de Goiânia. Em outro momento, eu recebi uma comissão de vereadores que me pediram, em nome dele, essa questão do Instituto Diabético. Depois que eu iniciei o processo, o governador José Eliton vai inaugurar. É tudo custeado pelo nosso governo. Ele gosta de falar de mim porque dá Ibope para ele. Ao falar de mim, ele acha que angaria simpatia de quem não gosta do meu jeito. Mas vale dizer que ele já foi processado e foi condenado por causa de calúnias e injúrias.
BOLSONARO
Não tenho nada contra Bolsonaro. Só acho que ele não tem preparo para gerenciar um País tão complexo. Além disso, não consegue aglutinar.
RENOVAÇÃO
É sempre bom renovar, mas isto não significa colocar pessoas novas. Porque independente da pessoa, pode ter a cabeça velha. Mesmo sendo nova. A pessoa às vezes é nova, mas tem a arrogância, a prepotência. Às vezes a pessoa é muito nova e acha que pode tudo.
OS NA SAÚDE
Quem critica OS é porque não conhece e não sabe nada de Saúde. Se tivéssemos OS nos Cais e na rede básica a insatisfação não seria tamanha. Acho que a melhor coisa que o ex-governador Mário Covas foi instituir o modelo em São Paulo. E copiar o que deu certo não é feio.