A diplomação do próximo prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), da vice-prefeita, coronel Cláudia Lira (Avante), e dos 37 vereadores eleitos em outubro, marcou uma etapa importante no sentido de legitimar a posse no Executivo marcada para o dia 1º de janeiro. Mabel e Cláudia enfrentam questionamento judicial que visava impedir a diplomação, e ainda cassar a chapa no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Questionamento contra o qual recorrem.
Eleito com mais de 55% dos votos, o próximo prefeito fez do limão a limonada. Durante a cerimônia, no próprio TRE, Mabel citou educadamente o autor do recurso contra sua chapa, o adversário derrotado, Fred Rodrigues (PL), e agradeceu animadamente os eleitores pelos mais de 353 mil votos de confiança que não apenas lhe garantiram a vitória, mas uma vitória com virada em relação ao 1º turno e distância acima de 10%.
Mas também aproveitou o espaço como oportunidade para falar de sua meta audaciosa de tornar Goiânia uma das cidades mais seguras do país, ao mesmo tempo em que reorganiza contas em atraso, supera o colapso da Saúde, reestrutura a limpeza pública e a própria administração municipal, envolta em um momento de gestão turbulenta e muito criticada pela população.
Tudo isso ações que ele tem feito antes de assumir legalmente como chefe do Executivo em um processo de transição até então nunca visto na história de Goiânia. O inusitado é tamanho que muitas pessoas têm ironizado que é como se a cidade convivesse com dois prefeitos: Mabel, e o que está de saída, Rogério Cruz (Solidariedade), a quem o eleito agradeceu pelos movimentos durante a transição.
“Temos a enfrentar desafios significativos. Antes mesmo de tomar posse, temos trabalhado para cuidar de quem vive aqui”.
E resultado dessa “gestão antecipada” é também um desgaste que Mabel já tem de administrar, relativo à aprovação esta semana, pela Câmara Municipal, do projeto que cria a Taxa do Lixo. O projeto é fruto de gestão pessoal dele, mas que cabe, no momento, a Cruz a missão de sancionar, ou não.
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Sobre essa indefinição, Mabel fez um alerta durante entrevista após a diplomação: “O Rogério [Cruz] tem sido muito consciente de suas obrigações, e eu tenho certeza de que ele sancionará essa taxa. Caso contrário, ele passará a responsabilidade para a próxima gestão, o que poderia resultar em perdas financeiras”.
Ciente que a medida é impopular, o prefeito eleito não se intimidou em assumir isso. Por outro lado, ao mesmo tempo, ele defendeu a necessidade da cobrança: “A população vai entender a necessidade dessa taxa quando ver a cidade limpa e os serviços funcionando corretamente. Vamos garantir que a coleta de lixo seja eficiente e bem fiscalizada”, afirmou.
Em relação à candidatura do governador Ronaldo Caiado (UB) à presidência em 2026, Mabel também cumpriu o esperado e declinou apoio antecipado, dizendo que Caiado poderá usar Goiânia como modelo em mobilidade após as mudanças que pretende promover.
Além disso, adiantou medidas na área da segurança pública: “Vamos instalar um cinturão de câmeras aqui. Uma muralha digital, e daqui a pouco tempo nós vamos chamar o turista e dizer assim: venha para Goiânia, conte o seu dinheiro no meio da rua e, se alguém levar, nós devolvemos em dobro”.
De sua parte, o governador reforçou confiança no aliado e garantiu apoio à nova gestão da capital, durante a cerimônia de diplomação. “Mabel vai superar as dificuldades e os momentos difíceis que a capital está enfrentando. E ele pode contar com o Governo de Goiás, estaremos de mãos dadas com esse objetivo”, assegurou Caiado.
Já Mabel finalizou seu discurso afirmando que “o treino acabou. Agora nós vamos começar a jogar o jogo da disputa final para fazer da nossa cidade, uma cidade cada vez maior, mais bonita, mais segura. A cidade que vocês todos sonham”.