Em entrevista ao Diário de Goiás nesta sexta-feira (23), o presidente da Associação dos Docentes (ADUEG) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Marcelo Moreira, confirmou que, após não receber nenhuma proposta do Governo de Goiás, a categoria definiu em assembleia, na última quinta-feira (22), por realizar uma greve por tempo indeterminado. O movimento terá início a partir de 1º de março.
“É um sentimento de desrespeito à categoria e um desrespeito à instituição. São duas questões que podem ser resolvidas com muito diálogo, mas o governo se nega a dialogar conosco”, afirmou Marcelo. A categoria solicita duas pautas centrais: o acesso à proposta de Plano de Carreiras dos Docentes da UEG, e também a extinção do quadro de vagas que limita as progressões por titulação e impede que os docentes recebam conforme sua qualificação.
Vale lembrar que a proposta de Plano de Carreiras dos Docentes da UEG está em andamento na Secretaria de Estado de Administração (Sead), porém a associação solicita o acesso e a participação no grupo de trabalho que trata do tema. “O ofício que nós estamos encaminhando, enviamos para o governo com cópia para o reitor. O último enviado, em janeiro, o próprio reitor entrou em contato e o governo nem o reitor respondeu”, disse Moreira.
O Diário de Goiás entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração (Sead), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Marcelo afirma que tanto docentes, quanto discentes estão engajados com a causa, e que a tendência é de que o movimento tome força. “Os centros acadêmicos estão apoiando a nossa mobilização, e logo logo os técnicos administrativos estarão juntos. A coisa vai crescer”, estima o presidente da Adueg. Em nota, a associação reforçou: “A mobilização demonstrou que o grupo está disposto a ir à luta em busca de seus direitos”.
Na quarta-feira (21), houve uma paralisação convocada pela Adueg. Docentes dos quatro maiores câmpus e 17 unidades universitárias aderiram ao movimento. Em três câmpus (Câmpus Central – Anápolis, Câmpus Oeste – São Luís de Montes Belos e Câmpus Sul – Morrinhos) e seis unidades universitárias houve a paralisação total das atividades. Nos demais ocorreram manifestações e rodas de conversa.
“Não foi uma decisão fácil, foram 3 horas de um debate cauteloso, responsável e denso, em defesa da categoria docente e em defesa da universidade”, finaliza Marcelo Moreira.