Os cientistas correm contra o tempo, desde que o mundo tornou-se vítima da pandemia da covid-19, para desenvolverem uma vacina eficaz contra o novo coronavírus.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são quase 200 propostas de vacinas em testes em todo o planeta. Dessas, 44 chegaram à fase de experimentação em humanos, chamada de estudos clínicos. E apenas 10 projetos atingiram a fase três de estudos, em que dezenas de milhares de voluntários são recrutados para comprovar se a vacina é mesmo capaz de proteger sem causar danos à saúde.
Não à toa o Brasil foi escolhido para sediar alguns testes de vacinas, devido à parcela alta de pessoas infectadas pela doença e por apresentar grande circulação do vírus. O Brasil autorizou para experimentos de larga escala no país as vacinas desenvolvidas pelos laboratórios AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Janssen e Pfizer/Biontech/Fosun Pharma.
Estas vacinas, grosso modo, são desenvolvidas para criar uma resposta à doença, criando uma imunidade ao vírus, isto é, levar ao organismo informações importantes que resulte na produção de defesas ao novo coronavírus. Os cientistas explicam que quando o corpo produz anticorpos contra um vírus, ele é estimulado por estruturas específicas que compõem esses seres. “As vacinas têm como alvo principal a indução de anticorpos contra essa proteína S. Os anticorpos são, em geral, neutralizantes. São capazes de neutralizar a atividade do vírus”, diz o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri,.
Uma das vacinas que está já na última fase de testes é a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Cinovac em parceria com o Instituto Butantan. Porém a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta segunda-feira (9/11) os estudos clínicos com esta vacina alegando “evento adverso grave”.
Para confirmar sua taxa de eficácia, outra vacina, a Pfizer, aguardará que se completem 164 casos entre os voluntários. Espera-se que este número seja alcançado até o início de dezembro, por conta do aumento de infecções nos EUA. Já há 90% de eficácia nesta vacina.
Já a proposta britânica da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford usa um adenovírus de chimpanzé como vetor viral. Essa vacina encontra-se também em fase de testes no Brasil. “As vacinas são de adenovírus vivo, mas são não-replicantes. Eles retiram da estrutura do adenovírus as proteínas responsáveis por sua multiplicação. Esses adenovírus são vírus de resfriado”, explica Kfouri à Agência Brasil.