O candidato à prefeitura de Goiânia pelo PSD, senador Vanderlan Cardoso, disse nesta segunda-feira (19/10) à reportagem de o Diário de Goiás que votaria a favor da cassação do mandato do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que teria sido pego pela Polícia Federal (PF) com cerca de R$ 30 mil escondidos em suas partes íntimas e é investigado por um suposto esquema de desvio de verbas destinadas ao combate à pandemia da covid-19. “Se hoje houver um julgamento, o meu voto é pela cassação. Não tem justificativa, embora ele vai ter direito à sua defesa, todo cidadão tem direito à defesa. Até traficante tem direito à defesa. Então ele vai ter direito à defesa, mas confesso pra você que o clima hoje ali no Senado Federal não é em hipótese alguma de passar a mão na cabeça dele com relação ao episódio. Amizade é uma coisa, mas o episódio em si é injustificável”, concluiu Vanderlan.
A declaração do senador ocorreu na manhã desta segunda-feira em entrevista ao Diário de Goiás, no evento de sabatinas aos candidatos à prefeitura da capital organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Estratégico de Goiânia e Região Metropolitana (Codese). Vanderlan explicou ainda o que tinha falado em um áudio que circulou na mídia em que ele falava com outros senadores em um grupo de mensagens sobre o caso do senador Chico Rodrigues. “O Senado Federal… nós estávamos todos numa discussão acalorada, que por sinal foi tirado trecho de minha fala tirando proveito político neste momento eleitoral, mas a minha defesa era que o presidente do Senado, ele não pode deixar o Senado ser afrontado desta forma que foi. Respeito o STF, tanto é que eu nunca entrei em discussão que o Senado tem de fazer impeachment de ministros, não. A maioria absoluta hoje no ambiente do Senado é pela cassação”, completou Vanderlan.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso decidiu monocraticamente, no dia 15 de outubro, afastar por 90 dias o senador Chico Rodrigues. Em sua decisão, Barroso declara que o senador estaria interferindo na garantia da ordem pública. “A gravidade concreta dos delitos investigados indica a necessidade de garantia da ordem pública: o senador estaria se valendo de sua função parlamentar para desviar dinheiro destinado ao enfrentamento da maior pandemia dos últimos 100 anos, num momento de severa escassez de recursos públicos e em que o país já conta com mais de 150 mil mortos em decorrência da doença”, diz a decisão.