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O impacto da Copa e dos feriados na economia: como amenizá-lo e produzir mais no trabalho?

Para este ano, os brasileiros ainda terão pela frente sete feriados nacionais, contando com os pontos facultativos. De janeiro a maio o número de datas desse tipo também somam sete. Somente neste mês, Goiânia conta com três feriados: Dia Mundial do Trabalho (1º), Nossa Senhora Auxiliadora – celebração municipal – (24); e a data facultativa de Corpus Christi (31).

Sem considerar as pausas que caem aos sábados e domingos, e contando com as “pontes” que ocorrem às terças e quintas, são 16 dias sem trabalho no Brasil, além das celebrações municipais.

Contudo, o número de folgas pode ser ainda maior, pois 2018 é ano de Copa e muitos trabalhadores serão liberados de suas funções para acompanhar os jogos. Uma grande parcela da população recebe muito bem essas pausas, mas há quem as odeie.

Os comerciantes e empresários integram o segundo grupo. Eles não veem os feriados com bons olhos, pois estes amargam as vendas e impactam negativamente a indústria e o comércio.

Vendas prejudicadas

De acordo com o professor Elemar Pimenta, consultor empresarial e professor do MBA em Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças Corporativas do IPOG, estima-se que apenas no ano passado mais de 95 bilhões de reais deixaram de circular na economia em consequência dos feriados prolongados.

“Se tirarmos a área de turismo, a qual até se beneficia com os feriados, de forma geral há um impacto negativo na economia”, aponta Elemar. Ele também diz que é importante considerar o fato de que as empresas possuem custos e despesas, sejam fixas ou variáveis, para pagar.

Portanto, se em um mês há 26 dias úteis de produção, mas este número reduz para 21 por conta de feriados, são 5 dias sem produção e, independente disso, os custos e a folha de pagamento virão do mesmo jeito.

“Então é fato de que os feriados prejudicam a empresa, e esta acaba por produzir menos, arrecada menos impostos para o governo e gera um desconforto para a economia como um todo”, pontua.

Impactos na rotina

Claudion Carlos da Silva é Supervisor de Trade Marketing na Samsung e explica que a empresa não sente tanto os impactos das pausas na rotina de trabalho porque existe um planejamento estratégico que minimiza as interferências negativas no rendimento e produção.

Ele conta que a empresa não libera os funcionários para os jogos da Copa, até porque a Samsung desempenha um intenso trabalho nesta época do ano, com lançamentos e promoções de aparelhos e TVs, principalmente.

Contudo, há um banco de horas e um planejamento de trabalho por escala. Dessa forma, os colaboradores ganham folga em dobro, nos dias de menos impactos para a empresa.

O Diretor Comercial da BM Engenharias, Elton Robert Borges do Nascimento, por sua vez, explica que a empresa busca algumas soluções para minimizar os impactos das pausas na semana de trabalho.

Por ser uma indústria de máquinas, existe um planejamento que permite fazer trocas de feriados para dias menos densos e, assim, consegue minimizar economicamente o impacto.

 “Durante a copa também não liberamos os colaboradores, mas temos o costume de colocar televisões para os trabalhadores verem os jogos”, explica o Diretor. É uma forma de amenizar a queda de rendimento durante esses dias em que o mundo inteiro para diante da TV.

Abrir ou não abrir?

O professor Elemar explica que a decisão de abrir uma loja no feriado deve ser baseada, principalmente, em cálculos financeiros. Isso porque, para muitas lojas, manter as portas abertas em um dia de pausa pode representar prejuízo, uma vez que custa caro manter um comércio aberto.

Nesse caso, o conselho é que o empresário conheça os números de sua loja e faça um controle gerencial, o qual permitirá saber qual é o custo diário (aluguel, energia, água, impostos, folha e etc.), qual o mínimo de venda que ele precisa ter no dia para pagar esses custos por dia e, ainda, obter o lucro.

Ele também aconselha que as empresas façam um planejamento anual para estimar o custo operacional no decorrer do ano, considerando os dias produtivos e a expectativa de faturamento, o que pode ajudar a resolver essas questões.

Gestão de Pessoas

Com a Reforma Trabalhista, em vigor desde o dia 11 de novembro, torna possível firmar uma convenção ou um acordo coletivo de trabalho – entre patrão e funcionários – que dispõe sobre a troca do dia de feriado.

Essa convenção precisa analisar, ainda, a legislação municipal e as outras normas trabalhistas. Se não houver nenhum acordo coletivo de trabalho, fica vedado aos colaboradores trabalhar em dias de feriado nacional ou religioso.

Desde 2016, tramita no Congresso um projeto de lei (PLS 389) que propõe antecipar os feriados que caem no meio de semana para a segunda-feira, com o objetivo de não quebrar a rotina de trabalho.

Thais Dutra

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