Em entrevista ao Tribuna do Planalto, o deputado federal Sandro Mabel (PMDB) revela que fez uma pesquisa qualitativa para avaliar a opinião do eleitor goiano sobre a sucessão 2014. Os grupos foram feitos em todas as regiões.
Sobre a imagem do governador de Goiás, Marconi Perillo(PSDB), Mabel indicou que o administrador tem sua imagem ligada ao empresário Carlos Cachoeira.
“O Cachoeira também pregou no Marconi”, conta o deputado sobre as opiniões coletadas na pesquisa qualitativa.
VEJA TRECHOS DA ENTREVISTA.
Sobre 2014, como o sr. tem visto o cenário da sucessão em Goiás?
Em março, fiz uma pesquisa qualitativa muito grande, que mostrava uma situação muito difícil para o governador Marconi Perillo. Chegamos a ter que tirar da pesquisa alguns segmentos, porque tumultuavam tanto quando falavam do governador que tínhamos de tirar da sala, sob o risco de não ter pesquisa. Os outros ficavam acanhados, porque esses grupos falavam muito mal do governador. Tirando esses segmentos, todo mundo falava que já tinha passado a época dele, o relacionavam com o Cachoeira. Você fala com o pipoqueiro, com o engraxate, com o motorista do táxi e essa conversa só. Fizemos uma pesquisa Norte a Sul, Leste a Oeste e é uma conversa só. O governador fez coisa boa, fez modernização em algumas áreas do Estado, mas acontece que é um governo confuso porque falta administração. Onde você mexe, há um problema de corrupção, e isso é grave demais. As pessoas enxergam isso, é difícil tirar. É muito difícil à reeleição do governador. Há o Iris, que não iria ser candidato, mas agora não sabe se sai ou não. Eu acho que é uma eleição para o Iris, acho que ele é melhor candidato que o Marconi disparado. É centralizador, segura as confusões e não deixa acontecer esse monte de escândalos. Agora, ele tem pique para aguentar uma campanha? Ainda tem outra coisa, que são as redes sociais. Todo mundo pode combinar de não eleger quem sempre está na cena, aí podemos ter uma Assembleia cheia de novatos, a Câmara cheia de novatos.
O sr. falou que algumas pessoas na pesquisa disseram que, entre Iris e Marconi, o governador ganha novamente. O sr. acredita nisso também?
Essa afirmação é no sentido de que, em uma eleição, o Marconi gasta dinheiro e o Iris não tem dinheiro para gastar. São afirmações das pessoas. Dizem que Marconi não tem medo de gastar seu dinheiro, pois tem muito. Dizem que sabem que nenhum dos dois vai, mas, se fossem, Marconi ganharia. Nesse ponto, vemos uma saída forte do Vanderlan. Ele tem uma presença importante no cenário, dentro dessa ideia de ‘novo’, que foi um bom administrador. Se ele conseguisse fazer uma aliança, estaria melhor. O problema é que ele está em um partido pequeno, ele não deveria ter saído do PMDB. Isso foi um erro. Se ele ainda estivesse no partido, estaria disparado em qualquer pesquisa. Com ele, Iris nem seria candidato. Vanderlan é um cara que empolga, faz, vai… Então, seria outra vida para ele. Ele jogou uma eleição fora. Não sei se, no partido em que está, ele ganharia uma eleição. Mas, no PMDB, ganharia.
A que o sr. acha que se deve esse desgaste de Marconi?
Muito tempo no poder com muita confusão. Aconteceram coisas com os concursos públicos, os professores, a polícia, o pessoal da saúde. Isso avaliamos em pesquisas. O Cachoeira também pregou no Marconi. Essas coisas foram se acumulando. Vejo em pesquisas que a população, na maioria, diz que o Marconi passou da hora. Eles não querem expressar o que sentem, ou nem sabem o que sentem. Mas sabem que não sentem à vontade votando no Marconi novamente. Por isso a desaprovação dele foi tão alta. As atitudes dele ao longo do tempo foram erradas. Ele se esqueceu de ter uma visão do Estado propriamente dito e, então, Goiás começou a ter vários problemas e, de repente, tudo isso pregou à imagem do Marconi de uma vez.
A entrevista foi concedida a Eduardo Sartorado, Daniel Mundim e Murilo Soares