Os dias não têm sido fáceis para Carlos Arthur Nuzman. E a última quarta-feira (11) foi especialmente difícil para o agora ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Além da oficialização da renúncia ao antigo cargo, o cartola completou mais um dia sem qualquer visita na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio de Janeiro.
No local em que Nuzman está preso, ao lado de outros investigados em desdobramentos da Operação Lava-Jato no Rio, a quarta-feira é um dos dias de visita – juntamente com o sábado. O cartola, porém, não recebeu parentes ou pessoas mais próximas.
Isso ocorre porque ninguém do ciclo familiar de Carlos Arthur Nuzman se cadastrou previamente no sistema prisional para ter a visita autorizada.
Como de costume, apenas advogados do ex-presidente do COB têm feito rápidas visitas ao cliente preso. Em uma delas, por exemplo, Nuzman assinou sua carta de renúncia – datada da última quarta (11) – ao mais alto cargo esporte olímpico nacional.
Este foi o segundo dia de visitas sem familiares. O cartola preso completará mais de uma semana sem contato com amigos, dirigentes esportivos ou familiares, uma vez que a cadeia só receberá novas visitas no sábado (14). Antes, porém, os interessados do círculo de Nuzman devem preencher o cadastro da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do RJ.
Funcionários da cadeia ouvidos pela reportagem no último dia de visitas relataram que tal ausência não é comum neste prédio. Por falta de tempo, alguns perdem o primeiro dia, mas preenchem o cadastro para a próxima visita. Nuzman não teve, segue sozinho.
HABEAS CORPUS
Uma outra possibilidade para que Carlos Arthur, enfim, tivesse contato com as pessoas próximas era o pedido de Habeas Corpus impetrado pela sua defesa. O mérito foi julgado na última quarta pelo TRF (Tribunal Regional Federal), mas o pedido não foi aceito. Os advogados ainda avaliam os próximos passos após o indeferimento do pedido de habeas corpus.
Preso desde o último dia 5, Nuzman não tem prazo para deixar a cadeia. Na última segunda-feira (9), quando venciam os cinco dias de sua prisão provisória, o juiz federal da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas, acatou o pedido do Ministério Público Federal do Rio para colocar o cartola em prisão preventiva.
Desdobramento da Lava-Jato, a operação “Unfair Play” investiga a compra de votos com dinheiro público para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica. Segundo os responsáveis pelo caso, pessoas ligadas ao ex-governador Sérgio Cabral participaram do esquema. As denúncias ainda apontam um aumento do patrimônio de Nuzman no período das investigações. “não há indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça”, diz a Polícia Federal.
(FOLHA PRESS)