A onda de protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, atingiu nesta sexta-feira (21) a marca de 103 mortos, após a confirmação de que cinco pessoas morreram durante a greve geral de 24 horas que começou às 6h da manhã de quinta-feira.
Segundo o Ministério Público, os óbitos ocorreram nas cidades de Valencia e Los Teques (no norte) e no Estado de Zulia (noroeste) e as causas não foram esclarecidas.
Maduro enfrenta há quatro meses uma onda de protestos que exige a sua saída e rechaça a eleição, marcada para 30 de julho, de uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna venezuelana.
Dirigentes da oposição avaliaram que a greve teve 85% de adesão. “Demos um novo sinal contundente, o povo mostrou que não vai ficar de joelhos”, disse o líder opositor Henrique Capriles.
O governo assegurou que as indústrias básicas e os setores petroleiro, energético e a administração pública trabalharam a 100%, e só reconheceu falhas no serviço de ônibus urbanos que, segundo ele, funcionaram a 90%.
A greve contou com o apoio da cúpula empresarial, de câmaras de comércio e indústria, de parte dos sindicatos, de estudantes e funcionários dos transportes. Já o governo controla a estratégica indústria petroleira e o setor público, com quase três milhões de empregados.
Confrontos entre as forças de segurança e manifestantes foram relatados durante a paralisação em Caracas e em outras cidades, com um saldo de 261 detidos, especialmente na capital e nos estados de Zulia, Nueva Esparta e Carabobo, de acordo com a ONG Foro Penal. (Folhapress)