Apesar da possibilidade do presidente da República Jair Bolsonaro, que hoje está em litígio com o PSL e ruma à saída da legenda, ir para outro partido já existente, em Brasília fala-se e se enxerga com mais animosidade a criação de uma nova sigla. Até para evitar algum novo conflito como o que aconteceu entre o presidente da República e o da legenda, Luciano Bivar.
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Neste domingo (10/11) a coluna de Lauro Jardim, no O Globo veicula que o nome desta nova legenda já está prestes a ter sua definição. Os documentos exigidos para fundar um partido já estão na mesa de Bolsonaro e ele já tem os nomes de sua preferência. A coluna destacou que os aliados de Jair detestaram o primeiro nome que passou pela cabeça do presidente e a ideia logo foi demovida: ninguém gostou muito de “Partido da Defesa Nacional”.
Agora, o preferido de Bolsonaro e dos auxiliares é “Aliança”. O nome inclusive remete ao partido que sustentou durante muitos anos o período do regime militar no Brasil: a Aliança Renovadora Nacional, ou Arena, já extinto.
Apesar da dificuldade e do processo ser longo, a criação de uma nova legenda passou a ser uma alternativa possível e animadora para Bolsonaro. A coluna de Lauro Jardim, destaca que o presidente da República ouviu de um ex-ministro do TSE que, se mais da metade dos seus aliados eleitos como deputados hoje no PSL migrarem para a nova legenda, há chance de levarem também o fundo partidário do partido atual.
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Antes de apontarem os dois atuais nomes da preferência, especulou-se desde o inicio do ano que o Clã Bolsonaro pudesse colaborar na ‘recriação’ da extinta União Democrática Nacional (UDN). Os filhos do presidente já flertam há algum tempo com a legenda e um ponto a favor é que seu processo de implantação já está bem avançado. A ‘Nova UDN’, no entanto, já teria um presidente, Marco Antônio de Vicente Junior. Apesar de já ter “aberto” o partido ao Clã Bolsonaro, os filhos do presidente querem ter total autonomia para tomarem as devidas decisões. Um outro partido que está em vias de ser criado é o Conservadores. Este tem sido acompanhado de perto por Eduardo Bolsonaro e poderia ser uma via.
Há ainda a possibilidade do grupo do presidente da República seguir para um menor partido que já exista. O Patriota que quase já teve Bolsonaro como candidato a presidência em 2018 abriu novamente suas portas ao presidente.
Próximo partido
Consolidado a troca do partido, Bolsonaro irá em busca da sua décima legenda em toda a sua carreira política. Ele já havia passado pelo PDC, PP, PPR, PPB, PTB, PFL, depois retornou ao PP – e nesta segunda passagem foi a maior que conseguiu ficar num partido: quase 11 anos – depois migrou ao PSC e por sentou em uma das cadeiras do PSL. Poderia ser a 11ª legenda, mas após anunciar sua ida ao PEN-PATRIOTAS em 2018, voltou atrás. O partido não aceitou mudar seu regimento que permitia aliança com legendas de esquerda e ele pulou fora antes de sua filiação oficial.
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Os veículos de comunicação nacionais já noticiavam que não tinha mais clima para a continuidade do presidente da República, Jair Bolsonaro no PSL, legenda que migrou no começo de 2018 e sacramentou sua vitória nas eleições presidenciais. A gota d’água foi o vídeo gravado e publicado no último dia 8 de outubro em que Bolsonaro pede para que um apoiador ‘esqueça o PSL’ e também disse que Luciano Bivar, presidente da sigla, estava “queimado pra caramba”.
Após isso aconteceu uma sucessão de polêmicas. Bolsonaro tentou intervir nos bastidores do partido e conseguiu tirar a liderança do partido do deputado federal Delegado Waldir e em seu lugar colocar o filho: Eduardo Bolsonaro. Também moveu os pauzinhos e removeu da liderança do governo na Câmara a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) e colocou o senador emedebista, Eduardo Gomes, do Tocantins.