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Nova variante do coronavírus, omicron pode ser pior que a Delta e eleva preocupação

Uma nova variante do coronavírus, potencialmente mais transmissível, preocupa autoridades de saúde de todo o mundo. Até aqui, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são mais de 80 casos confirmados.

Nesta sexta-feira (26), a OMS anunciou que a nova variante se chamará omicron. Ela foi declarada uma variante de preocupação.

Entre as confirmações homolagadas estão 77 casos na Província de Gauteng, na África do Sul; 4 casos em Botsuana; 1 em Hong Kong (uma pessoa que voltou de uma viagem à África do Sul) e 1 em Israel (uma pessoa que voltou do Malaui). Os números, no entanto, aumentam a cada momento.

A variante é chamada até aqui de B.1.1.529, descoberta pela primeira vez em Botsuana.

Essa nova variante tem 32 mutações na proteína spike, a parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a covid-19. As mutações na proteína spike podem afetar a capacidade do vírus de infectar células e se espalhar, mas também dificultar o ataque das células do sistema imunológico sobre o patógeno.

O total de mutações no código genético ainda é estudado. Pelo alto número de alterações no genoma, há a preocupação de que as vacinas hoje utilizadas no mundo, feitas com base no coronavírus original, identificado primeiro em Wuhan, na China, tenham eficácia reduzida com essa nova variante. Ainda não há, porém, evidências de que essa variante seja mais letal ou mais transmissível, tampouco resistente às vacinas.

OMS diz que impacto ainda será medido

Líder técnica da resposta à pandemia de covid-19 na Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove disse que ainda será preciso algumas semanas para entender o impacto da nova variante do coronavírus, identificada pela primeira vez na África do Sul. “Ainda não sabemos muito sobre a nova variante. O que sabemos é que tem grande número de mutações”, comentou.

O problema das diversas mutações é o possível impacto sobre o comportamento do vírus que causa a covid-19, pontuou a representante da OMS.

Até o momento, menos de 100 sequenciamentos de genomas completos estão disponíveis, informou a líder técnica.

A líder reforçou a necessidade de que as pessoas se vacinem, uma vez que quanto maior a circulação do vírus, maior a chance de que se transforme.

“É bom que a variante esteja sendo detectada. Mostra que o sistema está funcionando”, complementou Maria Van Kerkhove.

A OMS realiza nesta sexta-feira (26) uma reunião para debater a nova variante.

Vacina da Pfizer será testada contra variante

O laboratório alemão BioNTech, parceiro da Pfizer na produção de vacinas contra o coronavírus, informou que espera ter, em até duas semanas, os primeiros resultados dos estudos que vão determinar se a nova variante da covid-19 é capaz de escapar da proteção oferecida pelo imunizante.

Segundo a BioNTech, essa cepa, chamada de B.1.1.529, “difere claramente das variantes já conhecidas porque tem mutações adicionais na proteína spike”. Ainda não há, porém, confirmação científica de que a variante esteja ligada a escape vacinal nem que seja mais transmissível.

A Pfizer e a BioNTech têm se preparado para adaptar seu imunizante em menos de seis semanas caso apareça uma variante resistente ao produto.

A entrega das primeiras doses ajustadas, conforme as empresas, poderia ser feito em cerca de cem dias.

Anvisa recomenda restrições, mas Bolsonaro nega

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a adoção de medidas restritivas de caráter temporário em relação aos voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, em decorrência da variante.

Em nota publicada, a agência retoma a avaliação feita pela OMS, que analisa nova variante com maior taxa de transmissibilidade e provavelmente relacionada ao aumento contínuo de infecções pela covid-19 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa.

Nesse sentido, a Anvisa recomenda a suspensão imediata dos voos procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue e suspensão, em caráter temporário, da autorização de desembarque no Brasil de viajantes estrangeiros com passagem pelos países nos últimos 14 dias.

Ainda, a agência faz a recomendação de quarentena, logo após o desembarque no Brasil, para viajantes brasileiros e seus acompanhantes legais, com origem ou histórico de passagem pelas seis nações nos últimos 14 dias que antecedem a entrada no país.

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que “está vindo uma outra onda de covid”. A apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, no entanto, o chefe do Executivo descartou a possibilidade de fechar aeroportos do Brasil para tentar reduzir o contágio da doença.

“Tem que aprender a conviver com o vírus”, repetiu o presidente.

“Não vai vedar, rapaz. Que loucura é essa? Fechou o aeroporto, o vírus não entra? Já está aqui dentro”, declarou Bolsonaro a um simpatizante, ao ser questionado sobre a chance de restringir a entrada de estrangeiros no país.

O apoiador citou a quarta onda de covid-19 na Europa, mas o presidente minimizou. “Você está vendo muita Globo“.

*Com informações de agências internacionais e do Estadão

Redação / Diário de Goiás

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