Uma nova rebelião no sistema penitenciário do Amazonas deixou ao menos quatro presos mortos na madrugada deste domingo (8). Três deles foram decapitados.
A informação foi confirmada à reportagem da Folha de S.Paulo pelo secretário de Segurança Pública, Sergio Fontes. O motim ocorreu na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, localizada no centro de Manaus.
Em péssimas condições, a cadeia, que estava desativada, foi reaberta às pressas pelo governo do Amazonas nesta semana para abrigar 283 detentos após a matança de 56 presos no maior presídio do Amazonas.
Utilizada pelo governo por mais de cem anos, a cadeia Desembargador Raimundo Vidal Pessoa foi desativada em outubro passado após pressões do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Foram levados para lá, sem nenhum tipo de separação por alas, presos ligados à facção criminosa PCC, que são minoria no Estado, e outros sem facção que estavam no chamado “seguro”, como se chamam nos presídios as celas destinadas aos presos ameaçados pelo restante dos detentos.
Para o secretário estadual da Segurança, a rebelião não foi motivada por briga entre facções. “Todos [presos] eram ameaçados e não tinham convivência em outros presídios.” No início da semana, após a transferência, a unidade chegou a registrar um princípio de tumulto nesta última quinta-feira (5).
Neste domingo, a rebelião teve início por volta da 1h (3h, pelo horário de Brasília). No momento das mortes, só havia dois agentes penitenciários no local, segundo informou Rocinaldo Silva, presidente do sindicato dos servidores penitenciários do Estado. A reportagem solicitou e aguarda um posicionamento do governo do Amazonas.
(FOLHA PRESS)
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