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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Nomes da base e da oposição de Temer foram citados em farra das viagens

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Dos nomes citados no escândalo conhecido como a “farra das passagens”, em 2009, há políticos de partidos que hoje são da base e da oposição do governo Michel Temer (PMDB). Parte deles, ex-deputados federais, foi alvo de denúncia da Procuradoria da República da 1ª Região, segundo o site “Congresso em Foco”, que revelou o caso.

O escândalo veio à tona em 2009, quando foi revelado que parlamentares usavam suas verbas de passagem aérea para custear viagens particulares no Brasil e no exterior -deles, de parentes e de outras pessoas.

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Na ocasião, o argumento dos congressistas foi o de que não havia, entre as normas que regulavam o uso da cota, uma vedação explícita à prática. Os únicos efeitos foram a edição de regra proibindo a doação dos bilhetes aéreos para parentes e terceiros, além da divulgação dos dados sobre o uso das passagens na internet.

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Entre os denunciados, estão os ex-deputados Antonio Palocci (PT) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presos na Lava-Jato.

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Veja outros alvos da Procuradoria, citados em reportagens da época:

Michel Temer (PMDB)

O presidente Michel Temer (PMDB), que comandava a Câmara dos Deputados na ocasião, teve seu nome envolvido no escândalo. Ele usou sua cota para viagem de turismo a Porto Seguro (BA) com a mulher, familiares e amigos. À época, Temer afirmou que “o crédito era do parlamentar, inexistindo regras claras definindo os limites da sua utilização”.

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Temer não foi citado na recente denúncia do Ministério Público Federal. Por ter foro privilegiado, ele só pode ser alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República.

Moreira Franco (PMDB)

Moreira Franco (PMDB), secretário do Programa de Parcerias de Investimentos do governo e ex-ministro da Aviação Civil de Dilma Rousseff, também teria participado do esquema das passagens.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o aliado de Temer respondeu que não fez uso indevido da verba e que isso ficará claro.

ACM Neto (DEM)

À época corregedor da Câmara, ou seja, responsável pela apuração inicial de denúncias contra os deputados e consequente encaminhamento para o Conselho de Ética, o ex-deputado e prefeito reeleito de Salvador ACM Neto (DEM) é um dos denunciados pela Procuradoria, segundo o site.

O ex-deputado chegou a dizer à Folha de S.Paulo, que “achava que a imprensa queria fechar o Congresso” e que poderia, sim, ter utilizado passagens da Câmara para viajar com a mulher para Paris.

ACM Neto classificou a denúncia como “descabida, improcedente e inaceitável”. A defesa do prefeito de Salvador afirmou que, na época, o caso foi arquivado no STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido do próprio Ministério Público, “que reconheceu que não houve nenhum crime”. “Já ficou comprovado que não houve crime. Se o STF já arquivou a ação, tenho certeza que vai acontecer a mesma coisa na instância inferior”, disse.

Ciro Gomes (PDT, na época PSB)

Possível presidenciável em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT, na época do PSB) também foi citado pelo Ministério Público.

Foram compradas na cota de Ciro passagens para Nova York, cidade que visitou com a mãe.

Após seu nome ser citado, a TAM afirmou ter errado e inadvertidamente cobrado as passagens da mãe da cota do deputado. “No momento da emissão dos bilhetes, a loja da companhia em Fortaleza trocou, inadvertidamente, os documentos de crédito, emitindo as passagens de Ciro Gomes com créditos particulares da família e os bilhetes de Maria José Gomes com documentos de crédito oriundos da cota parlamentar”, disse a TAM na nota.

O ex-ministro afirmou à reportagem que a acusação contra ele “é uma mentira, cabalmente esclarecida à época.”

Fernando Gabeira (PV)

O ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV), um dos denunciados, reconheceu publicamente na época que cometeu um “equívoco” ao repassar ao comprar uma passagem para o exterior para a filha com a cota parlamentar. Ele se disse arrependido e prometeu que devolveria o dinheiro das passagens utilizadas pela família.

Fábio Faria (PMN)

O ex-deputado Fábio Faria (PMN) utilizou passagens da Câmara para financiar a viagem de artistas a um Carnaval fora de época organizado pelo próprio parlamentar em Natal (RN). Ele também repassou parte de sua cota para a ex-namorada Adriane Galisteu, a ex-sogra e um amigo da apresentadora -mas ressarciu os cofres da Câmara.

O então presidente da Câmara Michel Temer arquivou representação contra o deputado com base em pareceres de especialistas que a Câmara contratou para analisar o uso de passagens aéreas por parlamentares.

Faria não está na lista de denunciados pelo Ministério Público Federal.

João Paulo Cunha (PT)

O ex-deputado João Paulo Cunha (PT), condenado no mensalão, é outro denunciado. Conforme noticiou a Folha de S.Paulo, João Paulo emitiu passagens de sua cota para ele, a mulher e a filha para Bariloche, cidade argentina famosa por suas estações de esqui. À época, Cunha não retornou a ligação da reportagem.

Luciana Genro (PSOL)

O delegado Protógenes Queiroz utilizou a cota de passagem aérea da deputada Luciana Genro (PSOL) para participar de um ato do partido contra a corrupção e proferir palestra a estudantes, no Rio Grande do Sul, no final do ano passado.

À época, a parlamentar confirmou à reportagem que seu gabinete emitiu dois bilhetes para o delegado porque os atos eram relacionados ao combate à corrupção -principal bandeira de campanha do PSOL.

Luciana é uma das denunciadas.

Folhapress

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