A professora de redação do Colégio Sagrada Família de Ponta Grossa, no Paraná, foi filmada por alunos do 3º ano do Ensino Médio, no último sábado (8), fazendo gesto de saudação nazista. Durante a aula, a professora identificada como Josete Biral, vestia roupa com a bandeira do Brasil estampada e usava bótons com imagens e dizeres referentes ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a Revista Fórum, a escola informou que a professora já leciona na instituição há mais de dez anos e nunca apresentou problemas do tipo. Segundo a diretora, a posição do centro de ensino é totalmente contrária a esse tipo de manifestação, e as primeiras medidas de regimento interno já foram tomadas. “Tomei as medidas internamente. Não é a nossa metodologia e nem o nosso jeito de ser. Nós sempre procuramos ficar neutros e é esta a orientação que a escola passa aos alunos, pais e professores. A posição da escola é totalmente contrária ao que aconteceu”, afirmou Irmã Edites.
O Colégio, de orientação católica, pertencente a congregação das Irmãs da Sagrada Família de Maria, não chegou a revelar qual será a punição interna. Na nota oficial publicada no Instagram, o Colégio Sagrada Família afirma que “não compactuamos e não concordamos com a postura da Professora, e também repudiamos qualquer manifestação alusiva ao teor do vídeo”, e concluiu dizendo que também “repudia ações que venham a ferir os valores da vida, da moral e da ética”.
Crime
No Brasil, a apologia ao nazismo é crime e pode resultar em até cinco anos de prisão, conforme a Lei 7.716/1989 :
Neste sentido, a professora poderá responder judicialmente pelo ato feito em sala de aula, diante dos alunos. Após repercussão do vídeo nas redes sociais, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Paraná (Feip) se manifestaram, dizendo que “O nazismo é um movimento que promove ódio e morte e executou o extermínio de 6 milhões de judeus e outras minorias. Ele deve ser combatido de forma efetiva, conforme a legislação vigente”, concluiu.
O Museu do Holocausto também se pronunciou criticando a postura do colégio. “Para esses casos não existe qualquer possibilidade de neutralidade. Apologia ao nazismo se compactua ou se repudia”, e informou que direcionará as imagens ao Ministério Público.