Em evento em São Paulo nesta sexta-feira (9), a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner criticou o governo de seu sucessor, Maurício Macri, e afirmou que o peronismo não se manteve no poder por não ter conseguido levar o ideal de coletividade à sociedade argentina.
“Não conseguimos criar consciência de que a melhoria do governo é nossa, mas coletiva, para que todos apoiem o Estado para fazer as políticas públicas”.
A argentina participava, junto com a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, da conferência de abertura do seminário “Nossa América Nuestra”, promovido pela Fundação Perseu Abramo.
Ela culpou a imprensa por ter separado as melhorias pessoais dos cidadãos das conquistas do governo. “Antes que existissem estes governos, eles não trabalhavam? Não se esforçavam?, disse. “Eles [a mídia] estigmatizaram as políticas sociais.”
Ela voltou a criticar o governo de seu sucessor, Maurício Macri. “Os que eram a melhor equipe econômica do país o endividaram para financiar gastos correntes”, afirmou.
Segundo a ex-presidente, o atual mandatário quer se descolar da crise atual no país. “Quiseram criar a tormenta perfeita para dizer que a culpa era do governo anterior.”
“Mas a blindagem midiática não pode ocultar as consequências do neoliberalismo.”
Kirchner também atacou o que chama de “regional de neoliberalismo” e afirmou que para “voltar a formar maioria”, é preciso “resistir, mas também organizar-se”.
“O neoliberalismo precisa de um índice de desemprego de dois dígitos e de regras trabalhistas mais leves para criar uma pressão sobre o mercado de trabalho”.
Kirchner não fez comentários sobre o presidente brasileiro Michel Temer (PMDB) e tampouco sobre os processos que correm contra si na Argentina.
ENCONTROS
Na quinta-feira (8), a ex-presidente encontrou-se com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, também em São Paulo.
Antes da viagem ao Brasil, ela havia criticado o governo argentino nas redes sociais, afirmando que por “‘negligência’ do Ministério da Defesa”, sua equipe de segurança viajou desarmada.
“Será de responsabilidade do governo nacional qualquer dano ou situação que possam sofrer a equipe de custódia ou a minha pessoa”, disse, no Twitter.
(FOLHA PRESS)
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