No primeiro dia de saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) 3,3 milhões de pessoas receberam R$ 3,8 bilhões, ou cerca de R$ 1.150 em média por pessoa, segundo balanço divulgado pela Caixa Econômica Federal.
O total de pessoas que acessaram o dinheiro representam dois terços do total de 4,8 milhões de trabalhadores que têm direito ao saque nessa primeira etapa.
O dinheiro das contas inativas do fundo começou a ser pago na sexta (10). Cerca de 1,9 milhão de pessoas receberam um total de R$ 2 bilhões por meio de crédito em conta.
Outros 1,4 milhão de trabalhadores foram até agências bancárias, lotéricas, correspondentes e autoatendimentos do banco para sacar a verba, que somou R$ 1,8 bilhão.
O primeiro dia de saques registrou problemas. O mais comum foi o de trabalhadores que tinham saldo em contas inativas, mas foram informados de que elas estavam zeradas pelo banco. Outro transtorno comum foi o de pessoas que não conseguiram sacar porque não tinham a rescisão do contrato de trabalho.
A vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Deusdina dos Reis Pereira, disse que os problemas são pontuais e o sistema está sendo melhorado.
“São casos pontuais que nós verificamos. Os casos mais comuns são de pessoas que têm mais de uma conta e transferiu apenas um deles para a conta poupança, ou às vezes o sistema apareceu uma [conta] e ele tem mais de uma” diz.
Houve quem não conseguisse resolver o problema pela internet e teve que ir ao banco. O auxiliar de enfermagem Marcos Heitor de Mello Bertoto, de 27 anos, tentou acessar de casa seu saldo do FGTS, mas não conseguiu. O sistema travou quando ele preenchia o campo em que deveria informar o nome dos pais.
Neste sábado (11) ele acordou cedo e foi um dos primeiros a chegar na agência da Avenida Paulista, no centro de São Paulo, que abriu às 9h.
“Encontrei uma fila pequena, fui atendido logo, chequei o saldo e já agendei a transferência para a minha conta”, disse Bertoto. Como é correntista da Caixa, ele não precisa voltar ao banco para sacar. “Vai cair na minha conta no dia 16”. Recém casado, Bertoto vai usar os R$ 1.800 para comprar móveis para a casa nova.
CARTEIRA DE TRABALHO
A Caixa, no início, orientou que apenas trabalhadores que tinham direito a sacar altas quantias deveriam apresentar a carteira de trabalho, mas o documento foi exigido mesmo para saques pequenos.
Segundo Deusdina, não há falha de comunicação e o tempo melhorará o sistema. “Ao longo do processo, quando há um número muito expressivo de atendimentos, você vai otimizando a comunicação. Então eu não considero que é falha. Muito pelo contrário. É uma otimização do processo”, disse.
A vice-presidente repassou orientações para quem está tendo dificuldades.
“Quando acontece alguma divergência entre a expectativa do trabalhador e o que Caixa disponibilizou a orientação é ir sempre a uma agência, a um caixa, para a gente verificar se é inconsistência cadastral, que é a maioria dos casos, e em outras situações também a ausência de data de afastamento que tem que ser informada pelo empregador. Via de regra, a maioria dos casos daqueles que realmente têm direito são essas duas situações”, diz Deusdina.
Edgleide Elza Ferreira da Silva, de 28 anos, foi com a mãe para a agência. Ela trabalha como recepcionista e estuda odontologia. Com os R$ 8.000 que sacou hoje pagou algumas contas e agora vai comprar material o material didático pedido pela faculdade. “Vou gastar uns R$ 5.000 com material no terceiro trimestre. O dinheiro veio em boa hora”, diz.
(FOLHA PRESS)
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