Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFGM), Dawisson Belém Lopes analisou, em publicações no Twitter, o cenário do segundo turno das eleições entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com ele, se o ritmo se mantiver, não haverá tempo hábil para o atual ocupante do Palácio do Planalto ultrapassar o petista. “Na atual velocidade e escala, não haverá ultrapassagem. Bolsonaro teria de acelerar”, disse o professor.
Dawisson baseou a sua análise em pesquisas de intenção de voto divulgadas pelos principais institutos, segundo as quais a diferença entre Lula e Bolsonaro varia entre 4% e 6%. “A dez dias da batalha final, ainda existe uma barreira de 5 milhões de votos, numa projeção conservadora, interpondo Lula e Bolsonaro. As últimas pesquisas dão tendência, muito lenta e incremental, de redução da margem.”
“Os votos que serviram para reduzir levemente a margem vieram, segundo as pesquisas, menos de Lula e mais de indecisos/brancos/nulos”, pontuou o cientista político. Porém, esse estoque, de 5%, “não é suficiente para cacifar a virada”.
Para Dawisson, “a carta na manga do bolsonarismo”, diante desse cenário, seria focar em convencer quem se absteve no primeiro turno. Apesar disso, em uma projeção pessimista para Lula, haveria uma redução de apenas 1% da vantagem do petista.
“Ainda que seja incrível que estejamos, a esta altura do campeonato, ainda considerando a real hipótese de vitória de Bolsonaro (e é incrível mesmo), as chances de Lula seguem altas. Consideravelmente mais altas”, frisou o professor.
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