O Flamengo não está atrás de Fred à toa. O desejo da diretoria é o de contar com um camisa 9 de peso e disponível para jogar imediatamente. Não é o caso de Paolo Guerrero, mesmo com a redução da punição por doping para seis meses. Os dirigentes não falam publicamente, mas o interesse no atacante do Atlético-MG tem ligação direta com o futuro do peruano.
O episódio recente encarado por Guerrero causou um razoável desgaste na relação, já que o Flamengo teve prejuízos técnico e financeiro com o caso. Não contou com o jogador mais caro na reta decisiva da temporada e segue arcando com os vencimentos de cerca de R$ 900 mil em dia. O contrato também complica o panorama.
O vínculo de Paolo com o rubro-negro vai até 10 de agosto de 2018. Com a redução da pena por doping no Tribunal de Apelações da Fifa, o peruano estará livre para jogar a partir de 3 de maio do próximo ano. É muito pouco tempo disponível para o Flamengo, cerca de um mês, considerando que ele disputará a Copa do Mundo no período com o Peru.
Ainda que seja absolvido no CAS (Corte Arbitral do Esporte), em audiência prevista para acontecer entre fim de janeiro e início de fevereiro, a renovação contratual com o Flamengo não é certa. O alto custo, exigências anteriores de aumento durante algumas conversas e o desgaste causado na relação com o episódio de doping dificultam o processo. Tudo, porém, só será definido após o julgamento final.
“A avaliação que temos do Paolo é a melhor possível. Toda essa relação contratual interessa ao jogador e ao clube. Acredito que as partes podem se entender e encontrar uma solução boa para todo mundo”, desconversou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
A negociação com Fred entrou em pauta por tudo isso. O Flamengo atual não se imagina sem um nome de referência na frente, assim como vê obstáculos em um novo compromisso com Guerrero. Internamente, está sacramentado que não existe condição para arcar com salários absolutamente elevados para dois centroavantes de idade avançada.
Até mesmo para uma possível chegada de Fred, que assinaria contrato por dois anos em um salário nivelado ao de Guerrero, o Flamengo precisaria se adaptar. A folha salarial rubro-negra prevista para 2018 é de R$ 1 milhão a mais do que em 2017. Gira em torno de R$ 12 milhões por mês, contando todos os itens. Só que esse aumento abrange reajustes para jogadores, previstos em contrato.
O Flamengo aguarda o julgamento final de Guerrero para tomar uma decisão sobre o compromisso. Se a punição de seis meses for mantida, a diretoria deve chamá-lo para discutir o contrato. Hoje, o peruano ainda tem pouco a oferecer ao rubro-negro, que trabalha com cautela o tema e a negociação por Fred.