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Política
| Em 1 mês atrás

“Não vou botar câmera em policial meu de maneira alguma”, reitera Caiado em entrevista à CNN

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Em entrevista à CNN Brasil na sexta-feira (6), o governador Ronaldo Caiado (UB), reafirmou a sua rejeição quanto ao uso de câmeras corporais por policiais em serviço. “Sou governador de estado, fui eleito pelo meu povo. Não vou botar câmera em policial meu de maneira alguma. Não existe a hipótese de eu colocar câmera em policial meu”, declarou Caiado na entrevista.

O assunto foi retomado após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ter refluído nos últimos dias, diante de flagrantes de abusos cometidos por policias militares paulistas, e dito que mudou de ideia, reconhecendo a necessidade do equipamento.

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Caiado afirmou à CNN que respeita a posição do governador de São Paulo em recuar na opinião sobre o uso de câmeras corporais em policiais, no entanto, mantém o posicionamento contrário à utilização dos equipamentos.

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“Ele reconsiderou a posição? Respeito. Eu continuo com a minha. Enquanto governador, seguirei sem uso de câmeras nos meus policiais, e sendo o estado mais seguro do Brasil”, reforçou o governador goiano, respaldado por indicadores que apontam a redução da criminalidade no Estado.

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Presidenciáveis

O assunto toma projeção tendo em vista os dois governadores serem considerados os nomes “presidenciáveis” da direita para as eleições de 2026, dividindo o mesmo perfil de eleitorado.

A mudança de opinião de Tarcísio veio na esteira de uma crise na segurança pública de São Paulo, com registros de diversos casos de violência policial, lembrou a CNN. “Estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial”, afirmou o governador paulista.

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Questionado se a mudança de opinião de Tarcísio poder ser um fator representativo para diferenciar os dois nomes em uma eventual disputa em 2026, Caiado disse que não tem uma pesquisa sobre presidenciáveis.

“Sei lhe dizer que, em Goiás, a aprovação da Segurança Pública, sem uso de câmeras, atingiu 89% junto a população do estado”, afirmou.

PEC da Segurança

A reportagem destaca que Caiado é conhecido “pelo antagonismo a propostas do governo Lula, como a PEC da Segurança Pública”. Em outubro, durante a apresentação da proposta em uma reunião no Palácio do Planalto, o governador reiterou que o estado não iria adotar o uso de câmeras corporais. O Governo Federal está fazendo um esforço para que os estados adotem o equipamento.

Atuação da PMGO em cheque no mesmo dia

Na noite do mesmo dia da entrevista do governador, a PM de Goiás virou alvo de críticas por conta de uma atuação filmada em celulares por dezenas de pacientes e servidores do Hospital e Maternidade Célia Câmara. Os PMs foram acusados de truculência durante abordagem e prisão de dois funcionários da unidade.

Como a corporação goiana não adota câmeras, as imagens que apresentaram o contexto foram produzidas por funcionários, pacientes e pelo circuito interno, onde a confusão tomou corpo.

Dezenas de vídeos foram postados nas redes sociais mostrando a abordagem e a prisão. Imagens do circuito interno de tv da maternidade, exibidas pela Tv Anhanguera, neste sábado (7), mostravam um PM puxando com força uma funcionária que deu as costas para ele, e outro PM dando uma gravata em um maqueiro que tentava impedir a prisão da enfermeira puxando a colega pelo braço. Na contenção do maqueiro, ele perdeu os sapados, a calça do uniforme hospitalar começou a sair e ele ficou deitado no chão do corredor, enquanto era algemado.

O que causou a confusão

Como mostrou o Diário de Goiás, os funcionários foram envolvidos em uma confusão com uma paciente. Segundo o hospital, a gestante queria ser atendida antes, mesmo sem ser prioridade em relação a outras que aguardavam. Segundo a família da grávida, ela estava em trabalho de parto aguardando por uma cesariana havia várias horas, mas o médico teria optado por esperar até o parto normal. O casal se embasou em uma lei nova que define pela cesariana com a orientação do médico que fez o pré-natal e a esposa possuia esse documento.

A PM foi chamada pelo marido da gestante e compareceu para, segundo nota da corporação, verificar um caso de “omissão de socorro a uma mulher grávida que passava mal”.

A nota esclareceu que, durante a intervenção policial, dois servidores do hospital foram detidos por desobediência e resistência, “sendo conduzidos à Central Geral de Flagrantes, onde a autoridade competente, diante de todo bojo probatório apresentado, lavrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e uma prisão em flagrante [do maqueiro]”.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.