O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), afirmou nesta terça-feira (31) que o partido não votará na eleição da Casa com base em “posições políticas” dos candidatos.
“O que está sendo discutido aqui é a direção do parlamento, nós não vamos votar em um deputado ou em outro por suas posições políticas”, disse Zarattini em entrevista coletiva.
O deputado negou que haja um racha interno no partido com relação a quem a sigla deve apoiar na eleição para a presidência da Câmara, que acontece nesta quinta-feira (2).
“Existem várias posições políticas e vamos chegar a um consenso”, afirmou.
O PT se reúne às 15h desta terça para decidir como votará nas eleições internas.
No início do ano, parecia certo que o partido votaria com o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), cuja sigla apoiou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, para garantir um lugar na Mesa Diretora.
Dificuldades nas negociações e a chance cada vez mais forte de partidos governistas formarem um bloco que excluiria o PT da Mesa fizeram o PT mudar de ideia.
Agora, a tendência é que o partido apoie André Figueiredo (PDT-CE) ou lance candidato próprio na disputa. O nome mais cotado é Paulo Teixeira (SP).
Caso não consiga um lugar na Mesa Diretora, o PT não descarta judicializar a questão para fazer valer um artigo do Regimento Interno da Câmara que garante espaço para a Minoria.
“Judicializar é ruim, mas podemos não ter outra saída”, afirmou o líder do partido na Casa.
Zarattini anunciou também que vai ingressar na Justiça Federal com uma ação popular contra o governo federal por causa da campanha publicitária sobre a reforma da Previdência.
Na ação, o líder do PT na Câmara requer que a propaganda seja suspensa e que o presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o secretário de Comunicação, Márcio Freitas, ressarçam os cofres públicos com os valores já gastos.
“O governo está gastando milhões nesta propaganda mentirosa da reforma da Previdência. Essa propaganda é terrorista”, afirmou Zarattini.
Folhapress