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Não ter fundo eleitoral público seria o pior dos mundos, diz Gilmar Mendes

O ministro do STF Gilmar Mendes destacou nesta segunda-feira (9) os pontos que avalia positivos na reforma política aprovada pelos congressistas: o fim das coligações para as eleições legislativas e a criação da cláusula de desempenho.

Mendes participou na manhã desta segunda (9) de um debate no IDP (Instituto de Direito Público de São Paulo) -do qual o ministro é sócio- sobre a reforma política aprovada pelo Congresso na semana passada.

Também participaram do evento o deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

“Também foi relevante a criação do fundo eleitoral, nesse contexto de proibição das doações empresariais”, disse Mendes.

O senador tucano Cássio Cunha Lima concordou com o ministro em relação às coligações e à cláusula de desempenho.

“O Brasil não pode continuar convivendo com essa quantidade de partidos políticos que temos. É uma falência de nosso modelo”, disse Cunha Lima.

Ele considera, no entanto, que houve retrocesso quanto ao financiamento das campanhas.

“Sou contra o fundo público, por ser a favor do financiamento privado. Os partidos são entidades privadas e assim devem funcionar”, disse.

O fundo público aprovado na semana passada distribuirá no ano que vem cerca de R$ 2 bilhões aos partidos para financiar as campanhas eleitorais.

Para Cunha Lima, as regras aprovadas criam brechas nocivas, como a possibilidade de que os partidos realizem eventos como bingos, rifas e bazares para arrecadar recursos.

“Serão feitos rifas e bingos por toda parte. Controlar isso será impossível”, comentou. “Estamos muito longe de um sistema ideal para o forma de financiamento. Foi um enorme retrocesso. Esse modelo não ficou pronto. Terá que sofrer alterações nos próximos anos”.

Gilmar Mendes relembrou então que votou contra a supressão das doações empresariais no Supremo, em 2015.

Voto vencido, considera que o fundo público eleitoral é inevitável no cenário atual.

“O pior dos mundos seria não ter o financiamento público. Considerando os prós e contras, creio que houve avanço com essa medida”.

Impeachment

O impeachment é como uma bomba atômica: existe para não ser usado, disse Gilmar Mendes.

O ministro afirmou que o fato de o Brasil ter passado por dois processos de destituição do presidente da República em 25 anos é um indício de que o modelo de presidencialismo de coalização está esgotado.

“Nós acabamos fazendo uma espécie de parlamentarização do impeachment, usando-o para desfazer impasses. Mas é claro que o impeachment é extremamente traumático”.

“Não seria mais adequado repensar o modelo?”, questionou o ministro. “Talvez devêssemos discutir um modelo alternativo a este que aqui está e já propiciou muitos desconfortos”.

Protesto

Mendes foi recebido com protesto no IDP. Antes do início do evento, um grupo de cerca de dez pessoas jogou tomates na portaria do local, e vários carros também foram atingidos.

Os manifestantes reclamavam que Gilmar Mendes concedeu liberdade a condenados pela Lava Jato. (Folhapress)

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Thais Dutra

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