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Política
| Em 7 meses atrás

“Não sou direita nem esquerda, sou divisor de águas, eu sou centro”, afirma Rogério Cruz

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Na corrida eleitoral para a prefeitura de Goiânia, o atual prefeito da capital, Rogério Cruz (Solidariedade), se prepara para enfrentar candidatos de peso. Diante de problemas de gestão, críticas e rejeição, Cruz aposta na ajuda de um estrategista político e diz que não se sente ofendido com declarações de opositores. O prefeito destaca ainda, que não se considera nem de direta e nem de esquerda e que, atualmente, sua principal preocupação é com a gestão da cidade. 

Em entrevista ao editor do Diário de Goiás, Altair Tavares, Cruz respondeu alguns apontamentos negativos sobre insinuações de oponentes, fez críticas a gestões anteriores e destacou estratégias para o pleito.

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Confira na íntegra: em texto e áudio abaixo:

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Altair Tavares: Prefeito, evidentemente por estar na gestão, o senhor tem sido alvo de críticas dos outros candidatos. O candidato Gayer disse numa entrevista comigo que a cidade está fedida, bastaria abrir o vidro do carro para sentir o mau cheiro da cidade. Como é que o senhor avalia?

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Rogério Cruz: Bom, isso é normal, como você colocou. Estamos num momento de pré-campanha e é normal que qualquer um fale o que quer falar. A cidade realmente esteve com muita dificuldade e não só agora na gestão, isso em gestões passadas, isso já vem acontecendo há mais de anos, há mais de décadas já vem acontecendo. Eu fui vereador oito anos, talvez ele não saiba disso, eu fui vereador oito anos, dois mandatos consecutivos, acompanhei vários processos. Em oito anos eu vi três problemas de lixo acontecerem na cidade, aliás, pior do que a que nós passamos. Uma, inclusive, ficaram 35 dias sem recolher um lixo na cidade. E nós, graças a Deus, chegamos com dificuldade, mas não chegamos a esse tempo de 35 dias sem recolher lixo na cidade. As pessoas hoje falam o que querem. Estamos em pré-campanha, é importante que o cidadão esteja atento a isso. Se eu quiser falar dele, eu também posso falar, mas não falo, porque a gente trabalha com honestidade, trabalhamos com transparência. E hoje o meu foco é gestão. Nós estamos aí em pré-campanha, temos equipe trabalhando para pré-campanha e o meu foco é fazer gestão.

Altair: O senhor não vai responder a essa crítica?

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Rogério: Não, deixa para a campanha. Na campanha a gente responde.

Altair: O senhor citou três crises do lixo, quais foram?

Rogério: São várias, são três. Como vereador, participei de duas do Paulo Garcia e uma do próprio Iris.

Altair: Nessas crises, a prefeitura encontrou as soluções que precisava?

Rogério: Encontramos agora, que é algo que já viemos buscando há muitos anos. Aliás, é algo que o próprio poder público já era para ter buscado. Eu tive que tomar essa coragem, e tive coragem para enfrentar essa realidade, de trazer para mim essa responsabilidade e fazer o que tinha que ser feito, independente do que outras pessoas acham ser certo ou ser errado. Basta dizer que quem está na gestão é Rogério Cruz. E quem faz a gestão é Rogério Cruz. Quem decide é Rogério Cruz. Não é A, nem B, nem C. Nós já viemos buscando essa solução há muitos anos. Desde quando vereador, repito, muitos reclamavam disso, falavam, mas nunca fizeram. E o Rogério Cruz teve coragem de fazer isso. Estamos agora em uma fase de um processo de transição e, com certeza, estamos dando resposta à sociedade, trazendo a solução da coleta de lixo.

Altair: Os candidatos têm insistido em uma crítica ou pelo menos insinuado que eles nasceram em Goiânia e por isso tem legitimidade para pleitear o voto do eleitor. Ouvimos isso de Adriana Accorsi, do Matheus Ribeiro também. Esse tipo de crítica ofende o senhor?

Rogério: Não, nada ofende, porque primeiro, da onde eu nasci eu vivi só meus 15 anos, depois, saí para o Brasil afora, andei em vários estados, andei em outros países e hoje estou em Goiânia, e sou um goianiense, pé rachado. Eu como pequi, alguns deles não comem, basta isso… É, porque diz que pra ser goiano tem que ter pé rachado e comer pequi. Eu como pequi. E eu conheço alguns deles que não comem. Então isso não significa nada. Se é da cidade, se não é. Nós tivemos prefeitos aqui que não são daqui. Darci Accorsi, por exemplo, é gaúcho, é do sul. A Adriana é do interior do estado de Goiás, da cidade de Itapuranga. Outros, podemos dizer, talvez dois sejam de Goiânia. Os demais,  todos são de fora daqui, não são de Goiânia. Então assim, nós temos que ter essa atenção que a questão de o cidadão não ser de um lugar, não ser daquela cidade, não significa que não vai… Eu amo Goiânia. Quando eu cheguei aqui em 2010, Goiânia me abraçou. Goiânia sustentou a mim e a minha família. Hoje eu tenho netos aqui, nascidos em Goiânia. Então isso não representa nada. Aliás, diga-se de passagem, o homem que mais fez por Goiânia não era daqui. Ele era de Cristianópolis, Iris Rezende, só isso basta.

Altair: Em uma das questões do ponto de vista político que se indica, de que na sua indicação para a vice de Maguito Vilela havia uma indicação por uma argumentação de que se tratava de um apoio do segmento evangélico, especificamente da Universal. Ao sair do Republicanos, o senhor ainda conta com esse apoio da estrutura política da Universal?

Rogério: Não. Acho que isso são duas coisas, dois pontos diferentes. O Maguito quando conversou comigo, conversou com um grupo. Eu faço parte de um grupo que é muito grande, não é só a igreja. Todos sabem disso. Então, ele procurou um caminho de procurar força de grupo, e teve força do grupo. Agora, questão de igreja e não igreja, isso não influencia em nada, eu acho que cada um procura o seu caminho. Eu vou buscar votos. Na altura da campanha, eu vou buscar votos. Agora eu vou buscar voto onde tem povo, onde tem pessoa, estou na rua, estou em qualquer lugar. Você busca voto em qualquer lugar da cidade, você pode ir, participar de uma campanha buscando votos. Então não é essa a questão. Então se fosse assim eu ia buscar voto só nas igrejas. Não, não é isso.

Acho que as pessoas têm que dividir os dois lados da moeda, têm que olhar os dois lados da moeda. Existe o lado político e existe o lado de parcerias que os políticos buscam, principalmente majoritárias. O que Maguito fez foi procurar um grupo político e dar esse fortalecimento para ele. Nós temos vários grupos, nós temos a igreja, temos a Record, temos as próprias pessoas que estavam conosco na Câmara Municipal, a força do partido em si. Então tudo isso é uma força que qualquer majoritária procura. Se você me perguntar, “você vai procurar essas forças?”. Sim, claro que vou procurar. No momento certo, como já disse, nós estamos em pré-campanha, eu tenho pessoas que me representam nos diálogos de pré-campanha, e quando começa a campanha, aí sim, vou para rua. No momento agora estou focado em continuar fazendo a gestão da cidade.

Altair: O senhor vê dificuldades com o Solidariedade numa federação com o PSDB nesse debate. Isso gera dificuldade com o senhor ou não?

Rogério: Não, não gera nenhuma dificuldade. Pelo contrário, nós estamos buscando agora a força municipal, política municipal. A federação, eles estão trabalhando para uma força municipal, para mais para frente, em 2026. Inclusive, essa federação, elas são conversadas inclusive com os nacionais, o presidente nacional, com o estadual, o presidente nacional de outros partidos, com o estadual. Essa busca é muito importante, mas não afeta nenhum movimento do nosso político quanto a 2024.

Altair: Na estrutura recente da sua pré-campanha, trouxe aí o Paulo Moura. Nesse primeiro momento, nessas primeiras semanas, qual foi a diferença que esse profissional já incrementou na sua campanha?

Rogério: Paulo Moura não é somente um marqueteiro, ele é um estrategista. Então, tem uma diferença muito grande em trabalhar com o marqueteiro e trabalhar com o estrategista. Ele chegou, assumiu o comando para a estratégia da campanha ou da pré-campanha e campanha, ouvindo que estão à minha volta, ouvindo pessoas experientes aqui no Estado de Goiás e, já por última semana agora, acompanhou uma pesquisa que deve estar saindo, uma quali, para poder ver realmente aquilo que traz dificuldade na gestão e aquilo que pode trazer dificuldade na pré-campanha. Então ele tem acompanhado todo esse processo. Todas as semanas ele vem à Goiânia, participa de várias reuniões, de muitas reuniões, fica a média de dois dias, dois dias e meio, e nesse período que ele fica em Goiânia, ele participa dessas reuniões, buscando essas informações e já ampliando esse conhecimento para que nós possamos preparar nossa pré-campanha e campanha.

Altair: Uma das questões é a rejeição. Quais são as razões da rejeição que o senhor tem? O que é injusto nessa rejeição?

Rogério: Não é isso que ele tem buscado agora, inclusive, na semana passada ele passou toda semana aqui, acompanhando uma semana de quali, de pesquisa, veio acompanhando tudo para poder fazer um diagnóstico, para saber realmente de onde vem essa rejeição, uma vez que nós, na nossa gestão, eu tenho entregue várias obras, inclusive obras de gestões passadas, e temos obras da minha gestão que estamos também realizando e vamos entregar ainda na minha gestão. Então isso é importante dizer. Agora, ele vem fazendo esse trabalho com a equipe dele, eu vi o diagnóstico na pesquisa e com certeza, quando voltar a semana deve vir com alguma ideia para poder saber e para nós onde está essa questão de rejeição, o porquê dessa rejeição.

Altair: Uma das avaliações que se faz hoje é que a direita está dividida e o senhor é colocado como um pré-candidato do segmento da direita, alguns inclusive, com aliança com Bolsonaro. A direita tem condição de unificar algumas ações, algumas campanhas ?

Rogério: Na verdade, eu não sou direita nem esquerda, eu sou divisor de águas, eu sou centro, e a busca que nós temos hoje é em realizações em prol da cidade. Aquele que tiver a melhor proposta para unir a nossa pré-campanha e a nossa campanha nós estamos buscando, mas também ouvindo as propostas daqueles que estão no centro direita para poder participar conosco. O nosso desejo é fazer com que a nossa pré-campanha e campanha atinja o objetivo das pessoas, ouvindo as pessoas como estamos fazendo. Você vê um trabalho como esse aqui, nós estamos ouvindo pessoas, e ouvindo pessoas você consegue destacar o que é de mais importante para aquela região e para aquelas pessoas que vivem naquela região.Temos feito no nosso dia a dia, temos equipes nas ruas de Goiânia fazendo pesquisas para saber essas necessidades e a união é agradável. Os partidos que estão conosco e aqueles que quiserem entrar e estar conosco precisam estar aliados pelo menos nas mesmas propostas em prol da sociedade.

Altair: Você está na direita?

Rogério: Eu sou centro, essa questão de ser da direita, ser da esquerda, acho que isso nós temos que alinhar muito bem para que as pessoas que estejam ao nosso lado estejam cientes de que nós precisamos trabalhar de mãos dadas pela sociedade.

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.