O ex-ministro Gilberto Carvalho negou, nesta segunda-feira (11), as acusações de que é alvo no âmbito do Operação Zelotes. Junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele foi denunciado sob acusação de corrupção passiva em edição de medida provisória que, segundo o Ministério Público Federal, beneficiou montadoras de veículos.
Carvalho disse ter recebido com um misto de tranquilidade e indignação a decisão da Procuradoria do Distrito Federal de denunciá-lo.
“O que posso dizer sobre isso é que acabo de vender meu apartamento. Porque não consegui pagar o financiamento, estou vivendo de aluguel. Não roubei. Não tenho uma caneta esferográfica ou um clipe levados do governo”, disse o ex-ministro.
O petista chama de absurda a denúncia por ser, segundo ele, apresentada sem prova. Carvalho diz que estava em Roma na data em que seu nome aparece em uma agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos com a referência “Café: Gilberto Carvalho”.
“Como o Ministério Público denuncia uma pessoa sem qualquer outra prova?”, reclama.
O ex-ministro alega que a edição do Medida Provisória nasceu da necessidade de geração de empregos fora do Sudeste.
“Não houve outra intenção. Se houve negociação espúria no Congresso ou se algum lobista tentou criar dificuldade para vender facilidade, não temos nada a ver com isso.”
DENÚNCIA
Segundo a Procuradoria, Lula e o ex-ministro Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete da Presidência, aceitaram promessa de vantagem indevida de R$ 6 milhões para favorecer as montadoras MMC e Caoa na edição da medida provisória 471, de novembro de 2009.
Em troca, o dinheiro serviria para arrecadação ilegal da campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores. O esquema era intermediado, segundo o Ministério Público, pelas empresas M&M e pelo lobista Alexandre Paes dos Santos.
Além de Carvalho, Lula, o PT e a Caoa negam ter cometido qualquer irregularidade. A MMC, que hoje se chama HPE , não se manifestou.