Categorias: Economia

Não estamos em recessão, afirma chefe da CNC

Ele aponta que um dos fatores que chamou atenção nos dados do PIB do terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,1%, na margem, foi a retração no consumo das famílias (-0,3%), que vinha impulsionando o crescimento nos últimos anos

São Paulo – Apesar de afirmar que o Brasil não está em recessão, o ex-diretor do Banco Central e chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, diz que a economia está parada e será preciso mudar o modelo de crescimento, com ênfase maior nos investimentos. “Não estamos em recessão, estamos com uma economia parada, que deve continuar assim por algum tempo, porque não há condições de o PIB voltar a crescer tão rapidamente”, afirmou em entrevista ao Broadcast ao Vivo.

Ele aponta que um dos fatores que chamou atenção nos dados do PIB do terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,1%, na margem, foi a retração no consumo das famílias (-0,3%), que vinha impulsionando o crescimento nos últimos anos. “Isso mostra que as taxas de juros mais altas já estão funcionando e que as famílias estão preocupadas em não consumir mais, com o endividamento, com medo de perder o emprego ali na frente”, apontou. Já entre os destaques positivos, ele citou a retomada dos investimentos (+1,3%) e os primeiros sinais de recuperação da indústria (+1,7%).

Segundo ele, o consumo das famílias deve continuar patinando nos próximos trimestres. Já a indústria deve perder espaço no consumo interno, mas pode ter alguma recuperação em 2015, beneficiada pela valorização do dólar. “O Brasil não tem mais condições de ter um modelo de crescimento com incentivos ao consumo interno. Temos de incentivar os investimentos. Já estamos mudando o modelo, mas isso vai demorar um pouco mais em função do resultado fiscal, que é péssimo e desestimula a atração de investimentos”, afirma. O analista prevê uma expansão de 1% a 1,5% do PIB em 2015, enquanto este ano o crescimento não deve passar de 0,5%.

Em relação à nova equipe econômica, anunciada ontem pelo Palácio do Planalto, Freitas chamou atenção para o compromisso do futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com superávits primários que garantam ao menos a estabilidade da dívida pública. Nesse sentido, no curto prazo a política monetária deve andar junto com a fiscal, em um movimento contracionista. Ele acredita que o BC deve elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual na próxima semana.

Sobre o programa de swap cambial do BC, Freitas diz “não ter dúvidas” de que a oferta diária deve ser interrompida a partir do próximo ano. Com isso e em um cenário de aumento gradual dos juros nos EUA, o dólar poderia atingir R$ 2,60, R$ 2,70 no próximo ano. Se houver um aperto abrupto na política monetária norte-americana, o dólar chegaria a R$ 2,90.

Marcley Matos

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