Autor do parecer pela aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer, o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) disse nesta quarta-feira (12) que não vai mudar seu voto por causa da decisão de seu partido de obrigar os deputados a votar a favor do presidente.
“Não vai ser executiva do PMDB, que ameaça os deputados, que vai me fazer mudar de voto”, afirmou Zveiter, que defendeu a aceitação da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), segundo a qual Temer cometeu crime de corrupção passiva no exercício do cargo.
Na manhã desta quarta, a executiva nacional do PMDB decidiu, por unanimidade, que o deputado que votar a favor da denúncia será suspenso por 90 dias e pode ser expulso.
“Se tivessem me dito, quando me convidaram para ingressar no PMDB, que eu teria que votar de acordo com liberação de emendas ou distribuição de cargos, eu não teria ingressado”, disse o deputado eleito pelo PSD e que ingressou no PMDB em 2016.
Zveiter disse não ter se surpreendido com a decisão de seu partido.
“Tendo em vista as práticas que temos presenciado desde o momento em que o senhor presidente se pronunciou em rede pública nacional, confirmando que recebeu, no Palácio do Jaburu, após o horário, o senhor Joesley Batista, nada mais me surpreendeu”, afirmou.
Questionado se teme ser retirado da CCJ como punição por causa de seu voto, foi impedido de responder por sua assessoria.
Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que escolherá alguém “com o perfil de Zveiter” ou até mesmo o próprio deputado para relatar eventuais novas denúncias que a PGR apresente contra Temer. (Folhapress)