Os nadadores Gunnar Bentz e Jack Conger, da delegação dos Estados Unidos na Rio-2016 foram impedidos de deixarem o Brasil na noite desta quarta-feira (17). Os dois estavam tentando embarcar para os EUA no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, mas foram conduzidos pelos agentes para a delegacia civil do aeroporto.
A Justiça havia mandado apreender o passaporte dos dois para que prestassem depoimento, como testemunhas sobre um assalto que Ryan Locthe e James Feigen, também nadadores da delegação olímpica dos Estados Unidos disseram ter sofrido na madrugada de domingo (14), ao sair de uma festa na Lagoa.
Lochte e Feigen, prestaram depoimento sobre o assalto, mas os investigadores suspeitam de contradições. A Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), que investiga crimes contra turistas, começou então a apurar se poderia ter havido um falsa comunicação de crime por parte dos nadadores.
Ryan Lochte disse à polícia que ele, Feigen e os também nadadores olímpicos Bentz e Conger estavam num táxi quando foram rendidos por um bando armado, que exigiu o dinheiro que ele tinha – cerca de US$ 400. Feigen afirmou que apenas um dos criminosos estava armado. Aos investigadores do caso, Lochte ainda afirmou que eles pegaram um segundo táxi após o assalto, mas não explicou como conseguiu pagá-lo. A Polícia também teve acesso ao vídeo que mostra o momento em que os quatro chegam à Vila dos Atletas.
A pedido da delegacia, pela manhã uma primeira decisão da Justiça mandou apreender o passaporte de Lochte e Feigen, para que não deixassem o Brasil antes da conclusão das investigações e para que pudessem ser ouvidos novamente.
Lochte, no entanto, já havia voltado para os Estados Unidos. Feigen permanece no Brasil e está intimado para prestar novo depoimento. Ele estava sendo monitorado pela polícia e fez reserva de passagem online. Os policiais seguiram para o aeroporto e, no caminho, descobriram que os outros dois, que configuravam como testemunhas, estavam embarcando.
Interrogatório por carta
A polícia vai enviar por ofício ao FBI uma relação de perguntas para que o 12 vezes medalhista olímpico Ryan Lochte responda, dos Estados Unidos, por carta precatória.
As duas decisões de proibir a saída dos nadadores foram do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos, a pedido da Deat. Nesta quarta, agentes da delegacia especializada estiveram na Vila Olímpica, mas não encontraram os três atletas que permaneciam no Brasil.
A Polícia Federal notificou o Consulado dos Estados Unidos e o Comitê Olímpico americano para impedir a saída deles, mas não havia recebido resposta até a noite.
Em nota, o Comitê Olímpico Americano informou que o time de natação deixou a Vila logo após o fim das competições e que, por questões de segurança, não poderia confirmar a localização de cada atleta.