O centrista Emmanuel Macron, 39, tomou posse como presidente da França neste domingo (14) e afirmou que pretende devolver a confiança ao país e relançar a União Europeia. “A Europa de que necessitamos será reformada e relançada, já que nos protege”, disse em seu discurso.
Segundo Macron, “a divisão e as fraturas em nossa sociedade devem ser superadas”. “O mundo e a Europa precisam mais do que nunca de uma França forte, que fala em voz alta pela liberdade e pela solidariedade.”
A vitória do candidato de centro foi vista como um freio à ascensão do populismo de direita anti-União Europeia, representado na França pela rival de Macron no segundo turno, Marine Le Pen, da Frente Nacional.
Ele disse que, sob seu governo, o mercado de trabalho será mais flexível, as condições de negócios serão criadas para ajudar as empresas a funcionar, e a “inovação” estará no centro de sua ação.
Macron foi acompanhado na cerimônia de posse por sua mulher, Brigitte, 64. No entanto, ela chegou sozinha ao Palácio do Eliseu, o que foi visto como um sinal de independência da agora primeira-dama. Ao longo da campanha eleitoral, a diferença de idade do casal chamou a atenção da imprensa, mas ambos não quiseram fazer disso uma questão.
Brigitte usou tailleur e saia azuis-claros, num tom parecido ao da roupa de Melania Trump na posse de seu marido, o presidente dos EUA, Donald Trump, em janeiro.
Macron torna-se o mais jovem líder da França pós-guerra e o primeiro a nascer depois de 1958, quando o presidente Charles de Gaulle iniciou Quinta República.
Já nesta segunda (15), Macron viajará a Berlim para se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel. Escolher a vizinha Alemanha como destino da primeira viagem internacional tem sido uma prática comum entre os presidentes franceses -o agora ex, François Hollande, fez o mesmo, em 2012-, mas no caso de Macron faz parte da promessa de campanha de reforçar os laços com o bloco europeu, do qual Merkel se tornou a principal fiadora.
A líder alemã aplaudiu a vitória de Macron contra Le Pen, dizendo que levava “esperança de milhões de franceses e também de muitos na Alemanha e em toda a Europa”. Neste domingo, o presidente da Comissão Europeia -braço executivo da UE-, Jean-Claude Juncker, disse que “uma nova página se abre para a França, e um novo impulso para a Europa”.
Macron designou Alexis Kohler como o secretário-geral do Eliseu, o papel administrativo mais alto entre a equipe presidencial.
Kohler, 44, era o chefe de gabinete de Macron quando o agora era ministro da Economia de Hollande.
Philippe Etienne, 61, ex-embaixador em Berlim, foi nomeado para ser o assessor diplomático de Macron.
Espera-se que o primeiro-ministro seja anunciado nesta segunda (15) e as indicações do restante do novo governo prossigam na terça (16).
Em junho, Macron enfrenta difíceis eleições legislativas, nas quais o movimento político do novo presidente buscará a maioria absoluta para poder aplicar sua ambiciosa agenda de reformas.
Seu movimento, “A República em Marcha”, apresentou uma lista de 428 candidatos, mais da metade dos quais são rostos novos.
O presidente em fim de mandato, François Hollande, 62, se reuniu com Macron por mais de uma hora para a transferência de poderes e saiu do Eliseu sob os aplausos dos funcionários e do novo presidente, que o acompanhou até seu carro. O socialista termina seu mandato como um dos chefes de Estado mais impopulares da França. (Folhapress)