O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que o Brasil tem a tradição de abrir, para usar a tribuna como palanque político, a menos de duas semanas das eleições.
Durante seu discurso, Bolsonaro comentou sobre o “Brasil do passado”, com escândalos de corrupção, e fez referência ao ex-presidente Lula (PT), que está na liderança das pesquisas de intenção de voto. “O responsável por isso foi condenado em três instâncias.”
Principal assunto da política internacional na atualidade, a guerra entre Rússia e Ucrânia também se fez presente em sua fala. “Diante do conflito em si, o Brasil tem se pautado pelos princípios do Direito Internacional e da Carta da ONU. Princípios que estão consagrados também em nossa Constituição”, disse.
“Defendemos um cessar-fogo imediato, a proteção de civis e não combatentes, a preservação de infraestrutura crítica para assistência à população e a manutenção de todos os canais de diálogo entre as partes em conflito. Esses são os primeiros passos para alcançarmos uma solução que seja duradoura e sustentável”, prosseguiu.
Apesar disso, a maior repercussão quanto às declarações de Bolsonaro na imprensa estrangeira foi, de fato, o teor político de seu discurso. “Em um palco mundial, o presidente do Brasil faz campanha para uma posição que ele pode perder”, diz um trecho de um texto do New York Times.
A agência de notícias Associated Press (AP) afirmou que Bolsonaro estava “em plena campanha eleitoral”, enquanto o Clarín chamou a atenção para “fortes indicações de ato de campanha”.