O encontro entre empresários de Goiás e representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) foi pautado por reclamações e confirmações de dados sobre a piora do atendimento da ENEL Distribuição aos clientes comerciais e individuais, em Goiás. A imagem da empresa é pior do que se esperava para o órgão regulador e o que os empresários reclamaram já é amplamente conhecido, em Brasília.
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“Hoje, a quantidade total de reclamações na ANEEL, a ENEL é a distribuidora que tem o maior número de reclamações (na ouvidoria). Nunca na história da ANEEL tivemos tantas reclamacões quanto de Goiás”, disse Marcos Bragatto, superintendente de mediação administrativa da agência. Ele informou que a área da empresa de energia de Goiás supera regiões densamente povoadas como São Paulo.
Pela agência, Rodrigo Limp explicou o que já é conhecido sobre o fato de que a empresa de distribuição goiana é pior do país segundo o ranking de 2017. A empresa tem relatado que investiu perto de R$700 milhões em 2017 e também em 2018. O novo ranking será divulgado no dia do consumidor, em março próximo.
Segundo Carlos Mattar, a ANEEL mede qualidade do serviço, a qualidade do produto (nível de tensão fornecido) e a qualidade comercial (Atendimento e relacionamento com os clientes). Na avaliação de 2017, a ENEL Goiás é a pior distribuidora do país e o ranking de 2018 sairá em março próximo, no dia do consumidor.
Quanto aos dados dos serviço de fornecimento de energia da ENEL, Limp afirmou “a qualidade está aquém” e os consumidores estão sentindo isso em vários indicadores que foram apresentados aos empresários. Os dados são coletados a partir de reclamações feitas pelos consumidores na ouvidoria da ANEEL.
Falando pelo setor comercial, o presidente da Federação do Comércio, Marcelo Baiochi, reclamou que os pequenos comerciantes do interior, que não têm como instalar um gerador, são os mais prejudicados na área comercial. “A ENEL consegue fazer o que a gente não esperava um dia: Ter saudade da CELG”, disse ele.
Segundo ele, há vários empreendimentos que buscam mais energia para ampliar serviços e a ENEL tem dificultado. Edwal Portilho, diretor executivo da ADIAL (Associação Pró-desenvolvimento Industrial de Goiás), “A ENEL está matando Goiás”. Ele relatou o projeto de R$50 milhões de investimentos da COMIGO (Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Rio Verde) que estacionou por causa da falta de energia que a empresa prometeu entregar e suspendeu.
Devolução
O superintendente revelou que a ENEL, em vários casos, fez apenas a devolução do valor principal, sem a devida correção monetária. “O posicionamento técnico, a ANEEL não aceita que a empresa se financie em cima dos consumidores, principalmente na área rural. Aquilo que ela devolveu e não corrigiu, que faça a correção”, relatou ele.
“Nós não podemos continuar com a pior empresa de energia do país”, concluiu Marcelo Baiochi, em tom de protesto, durante o debate.
A ENEL não participou do evento na sede da FIEG. Os técnicos da ANEEL informaram que terão encontro com o diretor presidente da ENEL, Abel Rochinha, esta semana, em Brasília.