SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Bob Dylan é o novo premiado com o Nobel de Literatura, anunciou, nesta quinta-feira (13), às 8h (horário de brasília), a Academia Sueca. Em comunicado, a instituição afirmou que ele foi eleito “por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana.”
O compositor é o primeiro americano a receber o prêmio desde 1993, quando a escolhida foi a escritora Toni Morrison.
“Por 54 anos, Dylan tem se reinventado”, disse a secretária da Academia Sueca Sara Danils. “[O álbum ‘Blonde on Blonde’] é um extraordinário exemplo brilhante de usar as rimas e refrões, e sua forma brilhante de pensar.”
A secretária afirmou ainda ter consciência de que a escolha de um músico pode parecer surpreendente para o público, mas lembrou dos poetas gregos Homero e Safo.
“Eles escreveram textos poéticas para ser cantados, e com Dylan é a mesma coisa. Ainda lemos Homero e Safo; e gostamos.”
O músico nascido em Minnesota já lançou 37 discos de estúdio e 11 discos ao vivo em seus mais de 50 anos de carreira. Dylan publicou dois livros: “Tarantula” e “Crônicas”. O primeiro é um exercício delirante de prosa poética, que circulou em edições underground desde 1966, mas foi publicado como livro em 1971. O segundo é um volume de memórias, em que ele elege alguns episódios de sua vida para relatar. Publicado em 2004, seria o primeiro volume de três, mas até agora os outros não vieram. Em 2004, ele publicou o primeiro volume de sua autobiografia.
O nome de Dylan costumava aparecer como possível eleito nas casas de apostas ao longo dos anos, mas por vezes era olhado com ceticismo, porque seu trabalho não se encaixa nas formas canônicas da poesia, do conto ou do romance -que a Academia costuma premiar.
Com o prêmio, o compositor receberá oito milhões de coroas suíças. O Nobel é concedido pela produção de uma vida, em vez de por obras específicas, como ocorre com outros prêmios.
É o segundo ano seguido que a Academia surpreende as expectativas. No ano passado, já havia premiado a bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, uma jornalista. Era raro que a Academia concedesse o prêmio a autores de não ficção.