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Munição liga caso Marielle à maior chacina da história de São Paulo

A munição que matou a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) na última quarta-feira (14) foi comprada pela Polícia Federal em dezembro 2006. A informação foi divulgada pelo RJ1, da TV Globo. O lote é o mesmo encontrado em agosto de 2015 em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, em parte das balas usadas naquela que é considerada a maior chacina do estado de São Paulo, com 17 mortos.

À época, a investigação da polícia paulista descobriu que parte das cápsulas encontradas no local do crime pertencia ao lote UZZ-18, comprado pela PF de uma empresa privada. Neste caso de São Paulo, três policiais militares e um guarda civil foram condenados pela chacina.

Não é possível dizer, porém, que o grupo da chacina em São Paulo tenha relação com quem matou a vereadora carioca e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, 39. Nem é possível dizer que agentes de segurança tenham atuado no crime do Rio. Desvios de munição comprada por órgãos oficiais são comuns, assim como o reaproveitamento de cápsulas de projéteis já disparados.

No caso do assassinato de Marielle, ainda segundo a TV Globo, a munição não tinha sinais de modificações. Marielle morreu com tiros de pistola calibre 9 milímetros, o mesmo modelo de arma usado por agentes de segurança.

Em nota conjunta, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio não confirmaram a informação específica, mas afirmaram que estão apurando a denúncia. A PF ajuda nas investigações, embora a Civil seja a principal responsável pelo caso.

Marielle foi morta com quatro tiros na cabeça, em crime com indícios de ter sido premeditado. A vereadora deixou, na última quarta, um debate na Lapa, no centro do Rio, em um carro junto com um motorista e uma assessora. Cerca de 4 km depois, no bairro do Estácio, o carro em que ela estava foi alvejado por ao menos nove tiros.

A maior parte dos disparos foi efetuada do lado direito do veículo, na parte do banco de trás, onde estava a vereadora. O motorista, Anderson Pedro Gomes, foi atingido por três tiros nas costas, e a assessora sobreviveu sem ferimentos graves.

O carro de Marielle tinha vidros escuros. Os quatro tiros na cabeça da vereadora reforçam a tese de assassinato premeditado. O Disque Denúncia já recebeu pelo menos dez denúncias sobre o caso.

Um policial civil experiente que conversou com a Folha na condição de não ter seu nome divulgado afirmou que é raro que o atirador consiga acertar quatros tiros na cabeça da vítima. Isso mostraria que o assassino tinha experiência nesse tipo de crime.

Quando a vítima não está sob jugo do agressor, costuma haver um ou dois tiros na cabeça, e o restante no corpo. Segundo esse policial, requer certa técnica atirar em um curto espaço de tempo quatro vezes num mesmo alvo, por causa do recuo da arma durante o disparo.

A polícia investiga se dois ou até três carros participaram da ação contra a vereadora. De acordo com investigadores do caso, a polícia já identificou a placa de um dos veículos suspeitos. Ele teria sido flagrado por uma câmera de segurança estacionado por duas horas em frente ao local onde Marielle participou de um debate na quarta à noite.

Segundo investigadores, é possível ver, no vídeo, que os suspeitos desse carro fazem sinais com o farol para o outro veículo quando a vereadora deixa o debate. Quatro quilômetros adiante ela seria morta. (Folhapress) 

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Leia mais:

  • Polícia rastreia dezenas de câmeras para desvendar assassinato de vereadora
  • Caetano homenageia Marielle em show com Marisa Monte e Gadu
  • ONU pede investigação “minuciosa e transparente” de morte de Marielle
Thais Dutra

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