A única passageira no carro que atropelou 18 pessoas em Copacabana afirmou que Antonio de Almeida Anaquim, 41, sofreu “um apagão” e ficou “enrijecido” segundos antes de atropelar 18 pessoas na quinta (18) na praia de Copacabana, zona sul do Rio.
O nome da mulher foi mantido em sigilo pelo delegado responsável pela investigação, Gabriel Ferrando. Segundo ele, os dois se conheceram nos últimos dias (não precisou a data exata) e andavam pela primeira vez de carro.
Ferrando informou que a mulher chegou a fugir após a batida, mas se apresentou na delegacia horas depois do acidente. De acordo com o delegado, ela alegou medo de sofrer uma violência ao deixar o local.
Na delegacia, testemunhas disseram que Anaquim demorou a sair do carro após a batida. Ele ainda tentou prestar socorro, mas foi retirado do local do acidente por policiais para evitar ser agredido.
Anaquim foi chamado de “assassino” por testemunhas do acidente.
Peritos da polícia civil informaram que encontraram remédios para epilepsia no carro do motorista. No depoimento na 12ª DP, Anaquim disse que sofreu um ataque epilético ao perder o controle do carro. Ele negou que tivesse bebido antes do acidente.
Segundo Anaquim, a primeira crise aconteceu aos 12 anos. Ele contou aos policiais que o último ataque epilético foi há três anos e que conseguiu controlar a doença usando remédios diariamente.
Na tarde desta sexta (19), o delegado informou que não há indícios que o motorista teve a intenção de atropelar 18 pessoas no calçadão. Exame toxicológico preliminar não apontou uso de álcool, segundo Ferrando.
“O motorista disse que sofreu esse apagão, que ocasionou aquela manobra brusca”, afirmou Ferrando.
Um carro invadiu o calçadão da avenida Atlântica, na altura da rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, no Rio de Janeiro, por volta das 20h30 desta quinta-feira (18).
O carro -um Hyundai HB20 preto- era dirigido por Antônio de Almeida Anaquim, 41. Ele afirmou à Polícia Civil ser epilético e ter sofrido um desmaio. Segundo testemunhas, o veículo desgovernado atravessou tanto a ciclovia como a calçada e só parou quando já estava com as quatro rodas sobre a areia.
Antes da chegada da polícia, pedestres que estavam nas imediações chegaram a agredir o motorista, que tentou fugir. Quando os policiais militares intervieram, Anaquim foi detido e conduzido para prestar depoimento na 12º DP (Copacabana).
Segundo a PM, o motorista não apresentava sinais de embriaguez. Ele foi encaminhado na noite de quinta para o IML (Instituto Médico Legal), para verificação do consumo de drogas ou bebidas. Remédios receitados para epilepsia foram encontrados dentro do veículo.
Anaquim está com a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa desde maio de 2014. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Detran-RJ, que não esclareceu o motivo da suspensão. Segundo o órgão, no entanto, Anaquim não cumpriu com a exigência de devolução da CNH para realização de curso de reciclagem.
O Detran também informou que, por cometer um crime de trânsito ao dirigir com a carteira suspensa, o motorista terá sua documentação cassada, “como determina a legislação federal de trânsito”.
“O Detran esclarece que cumpriu com todo o trâmite do Código Brasileiro de Trânsito. O Detran-RJ, assim como toda a sociedade carioca, se solidariza com as vítimas deste acidente”, disse o órgão por meio de nota. (Folhapress)