Aos gritos de “ladra” e “volta para a cadeia” proferidos por populares, a advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sergio Cabral chegou na noite desta quarta-feira (29) em seu prédio, no Leblon, zona sul do Rio.
Ancelmo foi beneficiada com a prisão domiciliar por determinação judicial da Justiça Federal no Rio.
Ela, que desde dezembro aguardava julgamento no Complexo Penitenciário de Bangu, zona oeste, poderá viver em casa, dese que com restrições de visitas e sem acesso a telefone e internet.
Ancelmo reponde a processos por suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha na Justiça Federal do Rio.
Ela é suspeita de integrar a quadrilha em que supostamente seu marido seria líder e que promovia desvios de recursos e arrecadação denpropina em obras do Estado do Rio. Cabral continua preso, no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Ancelmo deixou a carceragem estadual no início da noite e chegou no Leblon por volta das 20h. Um grupo de populares, a maioria de moradores do bairro, batia panelas e protestava contra a sua chegada.
Eles gritaram e bateram nos vidros da viatura da PF que trouxe a advogada ao seu prédio, onde tem um apartamento de 400 metros quadrados. Um grande tumulto se formou na chegada da ré.
“Bangu, Bangu, Bangu”, gritaram os manifestantes, que chegaram a soltar fogos. “Meliante” e “vagabunda” foram xingamentos usados pelos manifestantes.
Carros que passavam eram instados a buzinar em sinal de apoio.
Ancelmo foi beneficiada com a prisão domiciliar por decisão do juiz da 7ª Vara Criminal Federal, Marcelo Bretas, que concentra as decisões da Lava Jato no Rio.
Bretas entendeu que os filhos pequenos do casal, de 10 e 12 anos, não poderiam ser privados do convívio e criação da mãe. O magistrado se apoiou em lei que diz que presas que aguardam julgamento e que são mães de filhos menores de 12 anos têm prioridade pela prisão domiciliar.
A decisão gerou polêmica e protestos de pessoas que entenderam que o benefício só foi dispensado a Ancelmo por sua condição de empresária abastada.
Adriana ainda não foi julgada pelos crimes que lhe são atribuídos pelo Ministério Público Federal.
Ancelmo terá direito a visitar de parebtes de até terceiro grau e advogados constituídos no processo. A Polícia Federal vitoriou o apartamento para garantir que ela não terá acesso à internet e a linhas telefônicas.
A defesa de Ancelmo foi procurada ao longo do dia e não retornou às ligações da reportagem.