A mudança do nome de Aparecida de Goiânia é rejeitada por 61,3% dos moradores da cidade. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (3), realizada pelo Grupom Consultoria e Pesquisa e encomendada pelo jornal Diário de Goiás.
Para 22,2%, o nome da cidade deve mudar, tornando-se somente ‘Aparecida’. 4,6% defendem que o município passe a se chamar ‘Aparecida de Goiás’, enquanto outros 4,6% desejam que o termo ‘Aparecida’ seja retirado do nome. 7,2% do público ouvido preferiu não opinar.
O levantamento quis saber a opinião da população aparecidense sobre o tema por conta de um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Paulo Cézar Martins (PL), o qual, se aprovado, deve mudar o nome do município de Aparecida de Goiânia para Aparecida, apenas. O parlamentar argumenta que a matéria é um pedido do ex-prefeito da cidade, Maguito Vilela (1949-2021).
Dessa forma, a pesquisa se baseou, entre outros elementos, no perfil demográfico da população e a sua relação com a cidade. Os entrevistados residem, em média, há 22,8 anos em Aparecida de Goiânia, tempo suficiente para criarem uma história com o lugar.
Ao Diário de Goiás, Mario Rodrigues Neto, diretor técnico e comercial da Grupom Consultoria Empresarial, atesta que a pesquisa mostra que boa parte da população é contrária à ideia da mudança do nome da cidade.
“Independente do setor, independente da estratificação que a gente observa, a grande maioria da população dos Aparecidenses não é favorável à mudança do nome da cidade. Isso significa dizer o seguinte: quando nós perguntamos qual a sua opinião, em relação à mudança de nome da cidade de Aparecida de Goiânia, 61,3% dos entrevistados na pesquisa, disseram que não querem que a cidade mude de nome. Alguns detalhamentos, por exemplo, 22,2% querem que o nome da cidade seja apenas Aparecida, 4,6% que o nome da cidade mude e seja Aparecida de Goiás, e 4,6% que a cidade mude de nome e que não tenha a palavra Aparecida no nome”, aponta Mario.
O diretor explica ainda que, caso uma mudança ocorresse, a população preferiria que a cidade se chamasse Aparecida, sem nenhum complemento. “Grosso modo, boa parte dos entrevistados na pesquisa não são favoráveis à mudança. E quando pensa-se numa mudança, o que vence, o que é situação mais importante é somente a expressão Aparecida”, reforça.
Mario Neto explica que a proposta não tem relevância para a população da cidade.
O Aparecidense não é favorável. Não tem apelo popular a proposta, não é algo que pela pesquisa a gente percebe que venha da população. Uma boa parte da população não está interessada nisso. Não é algo que seria relevante para eles.
Mario Rodrigues Neto, diretor técnico e comercial da Grupom Consultoria Empresarial
Segundo Mário, mudar o nome de um município é algo que é relativamente raro. “Eu acho que, se a gente observar os dados do Censo em 10 anos, eu acho que não mais do que 10 municípios no Brasil mudaram de nome. E foram mudanças muito pequenas. Mudanças de grafia, alguma coisa nesse sentido. Então, quando a gente pensa em mudar o nome de uma cidade, de certa forma, é uma maneira de atacar a identidade da cidade. Por mais estranho que possa ser o nome, ele é aquilo que dá identidade a aquele lugar”, conclui.
Para 63,8% das mulheres entrevistadas, Aparecida de Goiânia não deve mudar de nome, enquanto o número de homens que desaprova a alteração é de 58,7%.
Quando a comparação é baseada por faixa etária, o maior número de pessoas que rejeita a mudança do nome do município tem idade entre 45 a 54 anos (67,4%). Aparece em seguida, a faixa etária de 35 a 44, dos quais 64,9% desaprovam a proposta. Acima de 65 anos, 55,7% são contrários à alteração. Entre 25 e 34 anos, a rejeição fica em 55,6%. De 55 a 64 anos, o índice de desaprovação é de 54,4%. Por fim, o público que menos rejeita o projeto é o da faixa de 18 a 24 anos, dos quais 54,1% disseram não querer a troca do nome de Aparecida de Goiânia.
Por nível de escolaridade, 67,2% não declararam sua opinião. A maior rejeição ocorre entre pessoas que cursaram até o Ensino Fundamental (63,9%). Na sequência, 63,7% dos entrevistados com Ensino Superior reprovam a ideia. Por último, aqueles que fizeram até o Ensino Médio e rejeitam a proposta somam 56,5%.
Quando a análise parte da religião, 70,2% dos Espíritas dizem ser contrários à mudança do nome de Aparecida de Goiânia. Em seguida, 59,2% dos Evangélicos/Protestantes desaprovam a proposta. 57,1% não quiseram declarar opinião. Logo após, 56,9% de entrevistados sem religião, 54,5% da Umbanda/Candomblé e 39,1% de outras religiões afirmam rejeitar o projeto.
Foram entrevistados moradores de cinco regiões do município. A maioria da população que rejeita a mudança do nome da cidade está na região do Madre Germana (67,9%). Aparecem, na sequência, a região do Parque das Nações (67%), região do Garavelo (63,6%), região do Jardim Olímpico (58,7%) e região do Mansões Paraíso (56,6%).
De acordo com a pesquisa, 68,6% dos entrevistados disseram não conhecer a proposta de mudança do nome de Aparecida de Goiânia. Outros 26,4% afirmam ter conhecimento sobre o assunto e 4,9% não declararam.
Entre os que disseram conhecer o projeto, 64,1% não querem que Aparecida de Goiânia mude de nome, enquanto 28,2% aprovam a ideia para que a cidade passe a se chamar ‘Aparecida’. 2,8% desejam que o termo ‘Aparecida’ seja retirado do nome e 2,3% querem que o município passe a se chamar ‘Aparecida de Goiás’. 2,3% deste público preferiu não opinar.
Já entre os que não conhecem, 61,1% não querem a mudança do nome. 19,5% são favoráveis à proposta da cidade se chamar somente ‘Aparecida’, 5,8% desejam que a cidade passe a se chamar ‘Aparecida de Goiás’ e 5,5% desejam que o termo ‘Aparecida’ seja retirado do nome. 8,1% das pessoas ouvidas não declarou opinião.
A pesquisa foi encomendada pelo jornal Diário de Goiás ao Grupom, empresa especialista em soluções de pesquisa de opinião e mercado, quantitativas e qualitativas. Os dados da pesquisa quantitativa descritiva foram coletados no dia 27 de junho de 2023, por telefone através de sistema de discagem automático (URA), e pós-ponderada segundo a variável sexo. Foram 1.079 entrevistas com homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, em Aparecida de Goiânia. A margem de erro é de 3,7%. O nível de confiança é de 95%.