O Ministério Público do Trabalho (MPT), se reuniu remotamente na tarde do último domingo com representantes do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) e do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindicoletivo). O motivo era ouvir as duas partes para apurar possíveis motivações em torno da paralisação no transporte coletivo no último final de semana.
As empresas alegam que os trabalhadores pararam de forma espontânea, devido ao atraso das operadoras na folha salarial de novembro, além de parcelas no pagamento do décimo terceiro, enquanto o Sindicoletivo argumenta que a categoria não teve responsabilidade na interrupção do serviço e que os motoristas foram forçados a não trabalhar.
Na reunião entre MPT e Sindicatos estiveram presentes Alessandro Eduardo Silva Moura, vice-presidente do SET e Patricia Miranda Centeno Amaral, advogada que acompanhava Moura; além dos representantes do Sindicoletivo: Sérgio Reis, Carlos Alberto dos Santos e Nabson Santana Cunha, presidente, diretor financeiro e advogado da entidade, respectivamente.
Alessandro Moura explicou que o SET protocolizou uma petição dirigida ao TRT 18º Região, para discutir a questão do pagamento do décimo terceiro e as cestas básicas aos funcionários. Era um ‘procedimento pré-conciliatório pró-processual para tratar dos pagamentos’. A audiência se deu no dia 17 de dezembro mas o Sindicoletivo não aceitou a proposta argumentando que a proposta já havia sido acordada no dissídio coletivo, que ocorreu no começo de novembro.
Moura também destacou que a crise não é nova e “vem se arrastando há vários anos” e que não sabia os motivos pelos quais as empresas decidiram parar no fim de semana.”Qualquer paralisação tem efeito deletério para as empresas”, pontuou a procuradora do trabalho Janilda Guimarães de Lima, que conduziu a reunião
Sindicoletivo tomou conhecimento da paralisação na madrugada do sábado
Sérgio Reis voltou a destacar que o Sindicoletivo não teve participação nas deliberações para a paralisação. Que começou a receber ligações questionando sobre a interrupção na madrugada de sábado e que não teve conhecimento de vídeos citados pelo SET em que motoristas apareciam dizendo apoiar a paralisação.
À procuradora, ele disse que a paralisação aconteceu por “alguns motoristas” os quais chamou de “bajuladores das empresas”. Mas que “vários trabalhadores” não concordavam com a paralisação e estavam sendo impedidos de “executarem suas atividades”. Eles chegavam para trabalhar, “assinavam a papeleta” mas não podiam executar suas atividades normais ou mesmo voltarem às suas residências. Ele mesmo estranhou o fato da Rápido Araguaia, empresa que o emprega, ter dado dois dias de folga justamente no dia da paralisação. À Janilda ele disse que fizeram isso para que ele não ficasse a par dos planejamentos em torno da paralisação.
Na reunião ficou definido que o SET irá apresentar ao MPT documentos não juntados e já requisitados. Os nomes, CNPJ, telefones do contato, e-mails, nomes completos dos representantes de todas as empresas que estiveram paralisados neste final de semana, no prazo mencionado. Além das imagens de videomonitoramento, das garagens que tiveram seus serviços interrompidos.