O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou operação integrada por órgãos do governo do Estado e Prefeitura de Senador Canedo, nesta quarta-feira (29), que teve como alvo, o embargo de loteamentos clandestinos vendidos na zona rural do município. Foram identificados 4 alqueires em uma propriedade rural, onde já foram construídas, irregularmente, casas de alto padrão às margens do reservatório de água da cidade.
De acordo com o MPGO, as investigações começaram em 2021. A propriedade rural teve os lotes de terra parcelados de forma clandestina em áreas menores que 20 mil metros quadrados, que é o mínimo permitido para o módulo rural.
O dono das terras, conforme o MP-GO, será ouvido e notificado para a remoção dos imóveis que já foram levantados nos lotes, que não possuem escritura e nem registro. No entanto, segundo o presidente da Associação de Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO), João Victor Araújo, o surgimento de parcelamentos em Senador Canedo se repete em muitas outras regiões do estado.
De acordo com o presidente da ADU, a clandestinidade dos lotes causa problemas em vários âmbitos para a população. “Provocam um forte impacto negativo em diferentes áreas dos municípios, sobretudo social, ambiental, econômico e urbanístico”, declarou Araújo.
De acordo com o titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, o inquérito deve ser concluído em até 30 dias. Carvalho destacou que esse tipo de loteamento irregular está sendo cada vez mais comum.
Para o titular da Dema, neste caso específico, em que as casas estão sendo construídas justamente às margens do Ribeirão Bonsucesso, a situação é ainda mais complicada. “Trata-se de um manancial com pouca vazão, fez-se um reservatório ao lado e a jusante, estão implantando loteamentos e todo mundo captando água. Conclusão: no período da seca população sem água”, alertou Carvalho.