O Ministério Público Federal (MPF) foi acionado, nesta segunda-feira (11), pelos deputados federais Elias Vaz (PSB-GO) e Marcelo Freixo (PSB-RJ), com o pedido de investigação sobre indícios de superfaturamento na compra de Viagra para as Forças Armadas. Segundo levantamento dos parlamentares, o índice pode chegar a 143%.
De acordo com o deputado goiano, o governo federal teria, ainda, adquirido os medicamentos acima do preço. “Além de gastar dinheiro público com Viagra, tudo indica que o governo Bolsonaro ainda comprou acima do preço de mercado. O Congresso Nacional e toda a sociedade merecem uma explicação”, pondera Vaz.
O processo, com o princípio ativo Sildenafila, nome genérico do viagra, para a compra de 15.120 comprimidos de 25 mg, estabelece, de acordo com o parlamentar, o medicamento com o preço unitário R$3,65. Os dados foram identificados no Portal da Transparência e no Painel de Preços do Governo Federal.
Segundo o levantamento, a data da compra, para atender a Marinha, é 7 de abril de 2021. Entretanto, há outro processo para aquisição do mesmo medicamento, com um valor mais baixo, de R$1,50 e data da compra em 14 de abril de 2021. Ambos os processos são para atender as unidades do Rio de Janeiro.
“Esperamos que o MPF investigue essa situação. Essa farra do governo Bolsonaro com dinheiro público tem que acabar”, afirma o deputado Elias Vaz, que também apresentou requerimento pedindo explicações ao Ministério da Defesa sobre processos de compra de 35.320 comprimidos do medicamento para atender Marinha, Exército e Aeronáutica.
O maior volume, 28.320 comprimidos, segundo o parlamentar, de acordo com dados apresentados, é destinado ao Comando da Marinha. Em seguida, aparece o Comando do Exército, com 5 mil comprimidos, e o da Aeronáutica, com 2 mil comprimidos.