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| Em 2 anos atrás

MPF diz que em 30 anos não há denúncias sobre torturas e tráfico de crianças no Pará citadas por Damares

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O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) afirmou, através de comunicado oficial nesta quinta-feira (13), que não existem denúncias, desde os últimos 30 anos, sobre tráfico e tortura de crianças citadas pela ex-ministra da Mulher e então eleita senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos).

No documento, o órgão afirma que atuou, de 2006 a 2015, em três inquéritos civis e um inquérito policial instaurados a partir de denúncias sobre supostos casos de tráfico internacional de crianças que teriam ocorrido desde 1992 no arquipélago do Marajó, no Pará. ”Nenhuma das denúncias mencionou nada semelhante às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves no último dia , diz nota.

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A polêmica se estendeu quando a ex-ministra, afirmou, durante um culto religioso do último fim de semana em Goiânia, que no Marajó, Pará, meninos e meninas são traficados e submetidos a mutilações corporais e alimentações que facilitariam abusos sexuais. Após declarações de Damares, a Polícia Civil e o Ministério Público do Pará solicitaram ao governo Bolsonaro provas.

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O MPF afirma ainda que até agora não recebeu as comprovações das denúncias feitas por Damares. “Em relação a denúncias recebidas pelo MPF que não tratavam de tráfico internacional de crianças ou de outro crime que deve ser julgado pela Justiça Federal, as denúncias foram encaminhadas ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Ontem (12), o MPPA divulgou nota informando que até agora também não recebeu denúncia formal ou prova do que a ex-ministra relatou”, escreveu.

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Damares admite não ter acesso a dados

Nesta quinta-feira (13), em entrevista ao jornal O Globo, Damares Alves disse que ”ouviu nas ruas” as denúncias que fez sobre o suposto abuso de crianças no Pará.

“O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos. Mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada”, disse.

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Leonardo Calazenço

Jornalista - repórter de cidades, política, economia e o que mais vier! Apaixonado por comunicação e por levar a notícia de forma clara, objetiva e transparente.