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Cidades
| Em 4 anos atrás

MP-GO se diz perplexo e vai recorrer de decisão que trancou investigação contra Padre Robson

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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) informou na manhã desta quinta-feira (8) que vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça (TJ-GO), que trancou a investigação contra o Padre Robson por supostos crimes na administração da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).

O recurso cabível é de embargos de declaração. O promotor-geral de Justiça, Aylton Vechi, afirmou que o MP-GO ainda não tomou ciência formal da decisão da 1ª Câmara Criminal da Corte. Quando isso for feito, se abrirá o prazo para recurso.

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“Embargos servem para aclarar melhor as questões abordadas no habeas corpus. Vamos levar a voz do MP ao Poder Judiciário”, afirmou. Vechi disse ainda que o MP não foi ouvido no julgamento do habeas corpus. “O MP não foi chamado a prestar qualquer informação no momento em que precedia o andamento do habeas corpus. Temos essa oportunidade agora”, completou.

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MP “perplexo”

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O promotor Sebastião Marcos, que participa das investigações, afirmou que o MP ficou perplexo com a decisão do TJ-GO. “Os advogados do padre foram muito eficientes na forma como fizeram o pedido. Trouxeram informações que não correspondem aos fatos”, disse. Por isso, o promotor acredita no sucesso dos embargos de declaração. “A gente acredita que o recurso será eficiente”, afirmou.

Sandro Henrique Silva, do Gaeco, ressaltou que discorda “com veemência da decisão”. “Os desembargadores foram induzidos ao erro”, afirma.

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Ele ponderou que o MP-GO não discorda dos magistrados em relação à impossibilidade de se investigar a aplicação dos recursos doados à Afipe, mas lembra que a investigação apurava crimes como apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Não é permitido saquear, roubar associações. Associações são vítimas”, disse ele citando que o MP-GO já havia identificado cerca de R$ 34 milhões transferidos para empresas laranjas. O promotor citou também transferências milionárias feitas a uma construtora e uma empresa termal, que depois se reverteram em compras de imóveis para parentes de Padre Robson. “Descobrimos uma nova empresa laranja todo dia”, completa.

“A investigação é pautada não só pela destinação dos recursos que são encaminhados às Afipes. Não tem objetivo único de apurar simplesmente o que se faz com o produto dessas operações, mas sim todo a gama de operações desenvolvidas com essas associações que interessam à sociedade”, destacou Aylton Vechi.

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Rafael Tomazeti

Jornalista