O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou nesta segunda-feira (7) o padre Robson de Oliveira Pereira e mais 17 pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa. A denúncia veio três dias após o destrancamento da ação pelo desembargador Walter Carlos Lemes, presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
As acusações do MP-GO se baseiam em documentos, depoimentos e outras evidências coletadas no âmbito da Operação Vendilhões, que investiga o desvio de recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que recebe doações de fiéis.
O MP-GO alega, na denúncia, que a organização criminosa teria atuado entre janeiro de 2010 e agosto de 2020 e era “estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, destinada a obtenção de vantagem (inclusive pecuniária) mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas são superiores a quatro anos com prejuízo para as Afipes”.
O documento lembra também que padre Robson criou duas entidades com o mesmo nome e propósito. De acordo com os promotores, o intuito era concentrar poderes, já que uma delas tinha apenas ele como responsável. “A estratégia ardilosa de criar outras associações com o nome Afipe permitiu ao denunciado Robson ocultar dos demais associados e diretores, diversas atividades e patrimônio em nome das novas entidades criadas”.
Em nota, a defesa do padre Robson de Oliveira afirmou que o religioso é inocente e que isso já teria sido decidido pela Justiça. Conforme o texto, “são as mesmas injustas investigações que o Ministério Público insiste em fazer em uma associação privada que não tem qualquer satisfação a dar em relação” aos promotores.