Uma reviravolta no caso da morte dos quatro políciais militares do Comando de Operações de Divisas (COD), ocorrida em abril deste ano, apontou um novo culpado pelo acidente. De acordo com as investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Diego Michel Cardoso, que até então era apontado como motorista do caminhão que provocou o acidente, não era quem dirigia o veículo naquela noite.
O promotor de Justiça, Tommaso Leonardi, relatou que o MP recebeu vídeos e fotos do dia do acidente, registrados por testemunhas que estiveram no local, que mostram que quem saiu do caminhão tombado na pista não foi Diego, e sim, Jhonatan Murilo, o novo acusado. A partir da constatação, o MP-GO emitiu mandado de prisão contra o rapaz de 22 anos.
Conforme o MP, Diego relatou que assumiu a culpa no lugar do amigo porque à época ele não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria exigida para conduzir o caminhão. A defesa de Jhonatan confirmou que sua CNH é categoria D, sendo que para o tipo de veículo dirigido naquele dia é exigida CNH categoria E. A suposta motivação da troca seria garantir o seguro da carga.
O acidente que matou os quatro policiais militares do COD, Gleidson Rosalen Abib, Liziano José Ribeiro Júnior, Anderson Kimberly Dourado de Queiroz e Diego Silva de Freitas, aconteceu na BR-364, que liga os municípios de Caçu e Jataí, no dia 24 de abril deste ano. Os militares estavam de serviço, em deslocamento, quando uma carreta colidiu com o carro deles.
Um dos PMs chegou a ser levado para um hospital da região, em estado grave, mas não resistiu. Os outros três policiais militares morreram no local. No dia do acidente, Diego Cardoso se apresentou como motorista e prestou depoimento na delegacia no dia seguinte. O acusado de motivar o acidente foi preso preventivamente indiciado por dirigir o caminhão na contramão em alta velocidade, até se chocar com a viatura do COD.
Como mostrado pelo Diário de Goiás, em junho deste ano, a família de Diego chegou a realizar manifestação na porta do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) pedindo a soltura do suposto motorista. O irmão de Diego, Adriano Cardoso, afirmou que o motorista foi preso injustamente, e a única coisa que a família pedia era para que lhe fosse dado o direito de responder em liberdade.
A defesa de Diego alegava que a prisão preventiva não seria necessária, visto que o motorista prestou socorro às vítimas, realizou todos os exames exigidos e ainda se apresentou para prestar depoimento. Algum tempo depois, lhe foi concedida a prisão domiciliar.
Com a reviravolta nas investigações e a constatação da troca de motoristas, o MP-GO solicitou a prisão do verdadeiro motorista, Jhonatan, que responderá judicialmente pela morte dos quatro policiais. Diego Cardoso deverá responder por fraude processual e falso testemunho.