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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

MP denuncia 28 policiais militares envolvidos na Operação Monte Carlo

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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou nesta quinta-feira (3), na Auditoria Militar do Poder Judiciário, 28 policiais militares envolvidos na Operação Monte Carlo, entre eles Carlos Antônio Elias, ex-comandante Geral da PMGO, e Massatoshi Sérgio Katayama, ex-comandante do Policiamento da Capital. Os policiais foram denunciados pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional.

O documento é fruto da análise, por parte dos promotores de Justiça, das provas que integram o processo das investigações desenvolvidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Goiás nos anos de 2010 a 2012. A partir de investigações preliminares deflagradas pelas Promotorias de Justiça da Comarca de Valparaíso, estas duas instituições desbarataram uma organização criminosa constituída para a exploração de uma extensa rede de jogos ilegais e para a prática de diversos outros crimes em Goiás, principalmente no Entorno do Distrito Federal.

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A organização era estruturada hierarquicamente e com divisão de tarefas entre os respectivos membros, chefiada por Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido por Carlinhos Cachoeira. Além da exploração de jogos ilegais, dedicava-se à prática de diversos outros crimes, tais como lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional, corrupção de agentes públicos, contrabando, entre outros.

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Recrutamento de policiais

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Para o sucesso de suas ações, vários agentes públicos foram recrutados, especialmente integrantes das polícias Federal, Civil e Militar. Com esse modo de agir, os negócios da organização criminosa prosperaram, pois criou-se uma grande imunidade no seu entorno, já que policiais, que deveriam ser os responsáveis pela repressão às atividades, trabalhavam para a organização. Apenas os PMs foram denunciados nesta ação, por tratarem-se de crimes militares, cuja competência é exclusiva da Justiça Militar. Os demais policiais, federais e civis, estão processados na Justiça Federal.

A partir das provas coletadas, ficou evidente que os agentes públicos corrompidos mediante pagamento em dinheiro ou outras benesses não reprimiam o jogo ilegal patrocinado pela organização criminosa e ainda prestavam segurança aos locais onde os jogos ilegais ocorriam. Eles também reprimiam os concorrentes que exploravam a jogatina ilegal e aqueles que descumpriam acordos firmados com a organização; forneciam informações privilegiadas aos seus contratantes, revelando as ações e operações preparadas por órgãos de segurança pública que lhe contrariassem os interesses e auxiliavam a organização criminosa na restituição indevida de materiais, máquinas e equipamentos apreendidos em ações legítimas da polícia. Eram o braço armado da organização criminosa.

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As vantagens indevidas, percebidas habitualmente pelos agentes públicos corrompidos, eram, de acordo com as interceptações telefônicas constantes do processo, tratadas jocosamente pelos dirigentes da organização criminosa como “assistência social”. Para o MP, as provas confirmam que todos aqueles que prestaram serviços à organização receberam sistematicamente dinheiro ou outras benesses.

As imputações que integram a denúncia do MP-GO partem da conclusão de que os policiais militares, sem exceção, atuaram em benefício da organização criminosa, ora realizando ativamente a segurança, ora se omitindo na repressão aos ilícitos, mediante o recebimento de vantagem indevida. Mencionam-se, no bojo das interceptações de comunicações telefônicas, os termos “bicos”, “panetone”, “peru de natal”, “assistência social”, entre outros, para expressa referência à vantagem indevida paga aos policiais.

Foram denunciados os policiais militares Francisco Miguel de Souza; Antônio Carlos da Silva; Uziel Nunes dos Reis; Deovandir Frazão de Morais; Josemar Café de Matos; Antônio Luiz Cruvinel; Massatoshi Sérgio Katayama; Antonil Ferreira dos Santos; João de Deus Teixeira Barbosa; Vanildo Coelho; Edmar Francisco Dourado; Jorge Flores Cabral; Valdemir Rodrigues de Araújo; Adão Alves Pereira; Marco Aurélio Barbosa da Costa; André Pessanha de Aguiar; Carlos Antônio Elias; Leonam Pereira Ribeiro dos Santos; Overlaques Bezerra de Barros; Leonardo Jefferson Rocha Lima; Teodorico Mendes de Souza Filho; Witer Dantas da Costa; Milton Ferreira Biliu; Luiz Cláudio de Souza; Júlio César Guimarães Santos; Luis Fabiano Rodrigues da Silva; Emerson Rodrigues dos Santos; e Edmilson Vilas Boas De Souza.

As informações são do Ministério Público de Goiás.

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